“Só tenho a agradecer”, resumiu a paraense Lidiane Leocadio após receber alta depois de ficar internada por cinco anos e dois meses no Hospital Público Estadual Galileu (HPEG). Há doze dias em casa, Lidiane segue recebendo todo cuidado e amor dos dois filhos.
A paciente, de 37 anos, foi internada após ser atingida por um disparo de arma de fogo que a deixou tetraplégica. Inicialmente foi levada para o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Anaindeua, depois foi encaminhada para a unidade de retaguarda e referência, o HPEG.
Segundo os médicos, o caso era grave e precisava de cuidados intensivos. Lidiane recebeu assistência da equipe multiprofissional de saúde que realizou um planejamento de cuidados diários para garantir a reabilitação, não apenas na parte física, mas também social.
“É importante destacar que o cuidado com pacientes de longa permanência é delicado e exige atenção redobrada para evitar infecções, feridas e outros tipos de complicações durante o período de internação. Além disso, o acompanhamento multiprofissional, com psicólogos e nutricionistas, é essencial”, ressaltou Wanessa Silva, coordenadora de enfermagem do HPEG.
Após uma minuciosa avaliação clínica e social realizada pela equipe médica do HPEG, os profissionais constataram que a paciente teve uma evolução positiva e o quadro clínico era estável.
“Buscamos sempre oferecer um atendimento que considera as necessidades de cada paciente, a individualidade de cada um. Tenho certeza que nossas ações contribuíram para evolução positiva do quadro dela e a conquista da tão esperada volta para casa”, acrescentou Wanessa.
Para acolher a mãe em casa, o filho de Lidiane, de 18 anos, precisou seguir orientações do Projeto Âncora, desenvolvido na unidade hospitalar que consiste em atividades de capacitação com familiares para a realização de cuidados básicos em casa como, por exemplo, troca de curativos, mudanças de posições na cama, horários de medicações e outras medidas necessárias para o bem estar e saúde do paciente.
‘’Estamos todos muito felizes. Sabemos que será um desafio. Mas, com as orientações e apoio recebidos aqui no hospital, tenho certeza que iremos cuidar muito bem da nossa mãe”, contou Leandro Leocadio.
Humanização
Para facilitar a adaptação de Lidiane à nova realidade e ao ambiente hospitalar, a unidade hospitalar buscou meios para estimular a paciente. Entre as iniciativas, está o desenvolvimento de um suporte de leitura, criado pelo setor de manutenção, que permite a utilização de um tablet ou livro, facilitando o acesso para a paciente, que perdeu os movimentos do corpo.
“A partir de materiais reaproveitados, conseguimos construir esse suporte. Ele permite o posicionamento do item à frente do rosto, sem necessidade de ajuda de outra pessoa para segurá-lo, dando mais autonomia para a Lidiane”, explicou Gil Gonçalves, oficial de manutenção e responsável pela criação do objeto.
Com seu grande exemplo de vitória e superação, a alta foi festejada pela equipe de saúde que acompanhou de perto a emoção de familiares e amigos no tão esperado reencontro.
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