O Pará está entre os estados que mais registraram mortes de jornalistas de todo o Brasil por covid-19. No total, 19 profissionais não resistiram após complicações da doença.

O balanço foi divulgado nesta quarta-feira (7), pelo Sindicato dos Jornalistas no Estado do Pará (Sinjor-PA), levando em consideração registros feitos até o dia 30 de março deste ano. 

Nas primeiras colocações com a maior quantidade de óbitos estão o Pará, São Paulo e Amazonas.

O estudo “Relatório Covid-19 – Óbitos de Jornalistas Paraenses” do Sinjor-PA percebeu uma subnotificação de casos divulgados no primeiro “Dossiê Jornalistas Vitimados pela Covid-19”, divulgado pela Fenaj em fevereiro de 2021. A revisão de óbitos somada às novas mortes em fevereiro e março deste ano elevaram o Pará ao topo desta triste estatística.

O presidente do Sinjor-PA, Vito Gemaque, reforça a importância de incluir os jornalistas entre as categorias prioritárias para a vacinação. 

"Os jornalistas continuam se arriscando cotidianamente para levar informações de qualidade e corretas para a sociedade, principalmente as notícias relacionadas a pandemia de covid-19. Continuaremos com esse trabalho de mapeamento, análise e divulgação dos casos entre os jornalistas”, destaca ele.

Ainda segundo o relatório, o Brasil amarga ser o país com a maior quantidade de jornalistas mortos por covid-19 do mundo com 169 vítimas. Na América Latina, o país superou o Peru, que registra 140 mortes, segundo dados da Press Emblem Campaign.

De acordo com a Fenaj, o ano de 2020 registrou a média de 8,5 mortes por mês; em 2021, no primeiro trimestre, atingiu-se a marca de 28,6 mortes, praticamente uma por dia.

Proporcionalmente, o número de óbitos no Pará e no Amazonas são mais alarmantes, já que os Estados possuem menos jornalistas no mercado do que São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. "Ou seja, a pandemia foi mais letal no Pará e no Amazonas. A Amazônia Legal somou 61 óbitos até o momento, o que representou 36,09% do total brasileiro", ressalta o Sinjor-PA.

ÓBITOS EXPLODEM EM MARÇO 

O estudo reforça que o mês de março foi o período mais letal entre os jornalistas no Pará e no Brasil. Apenas o mês de março de 2021 superou todo o ano 2020 em números absolutos de óbitos de jornalistas.

"Em 2021, começamos a verificar uma escalada crescente dos óbitos. Janeiro teve 1 óbito; em fevereiro subiram para 3 vítimas; e março fechou com preocupantes 8 óbitos. Ou seja, de fevereiro para março a quantidade de óbitos de jornalistas quase triplicou", enfatiza o sindicato.

Outro dado relevante do estudo é referente a faixa etária de óbitos de jornalistas paraenses, mostrando que 73,7% encontram-se nas idades de pessoas economicamente ativos, considerada até os 65 anos. No total, foram 14 óbitos nesta faixa etária, ou seja, a maioria de pessoas que ainda estavam no mercado de trabalho e podem ter se contaminado no exercício de suas funções.

"O levantamento inédito do Sinjor-PA demonstra a importância de incluir os jornalistas entre os grupos prioritários de vacinação. Os profissionais da imprensa, considerada atividade essencial, continuam se arriscando durante a pandemia de covid-19 para realizar coberturas e levar informações confiáveis à sociedade", reforça o sindicato.

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