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Pescado de feiras livres e supermercados continua caro

Embora algumas espécies tenham tido redução de preço, o valor do peixe disparou desde novembro de 2020 e ainda não se equipara ao que era antes da sequência de reajustes

Imagem ilustrativa da notícia Pescado de feiras livres e supermercados continua caro camera Algumas espécies de peixe, como a gurijuba, tiveram aumento de mais de 50% no preço do quilo | Mauro Ângelo

A alimentação do paraense não para de subir de preço e, em Belém, apesar da fartura, o peixe está cada vez mais caro nas feiras e supermercados. O levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese/PA) apontou que os reajustes ultrapassam a inflação de 8,9%, registrada entre maio de 2020 a maio de 2021. Neste período, o valor do quilo do tambaqui aumentou em 54,32%, por exemplo. Este peixe tem sido bastante consumido, na forma de assado na brasa, por ser considerado carnudo e saboroso. A gurijuba, que rende uma boa caldeirada, também apresenta um reajuste acima de 50% (52,64%). Já a dourada, consumida principalmente frita, está 43,98% mais cara.

O Dieese ainda não divulgou a pesquisa da trajetória do preço do pescado ao longo do mês de junho, entretanto as estimativas sugerem que, mesmo que haja alguma redução de preço entre algumas espécies, o valor será superior ao que foi comercializado no mesmo período do ano passado.

Agora em julho começou o período da espécie gó, por exemplo, mas mesmo assim é possível encontrar o valor a partir R$ 15, o quilo. “De novembro do ano passado até a Semana Santa de 2021, os preços apenas subiram. Depois desse período apresentaram uma redução, mas nenhuma voltou ao valor que era vendido antes de novembro”, destacou Roberto Sena, supervisor técnico do Dieese.

Segundo ele, um dos fatores que podem estar influenciando os reajustes é o aumento de insumos e materiais utilizados na pescaria. “Os pescadores nos têm relatado que a linha de pesca está mais cara, a rede e o combustível (óleo diesel) usado nas embarcações também tiveram aumento de preço e isto impacta no valor de comercialização”, disse. “Pesa ainda outro fator, o da exportação do pescado”, acrescentou. “Todo mundo tem um argumento que justifica o aumento de preço, só quem não tem é o consumidor, que precisa comprar para se alimentar”, completou o supervisor.

PRODUÇÃO

Ao lado de Santa Catarina, o Pará ocupa uma liderança na produção de pescado no Brasil, chegando a produzir e comercializar cerca de 300 mil toneladas de peixe por ano, conforme lembrou Roberto Sena. “Mesmo assim, temos um dos pescados mais caros”, atentou. “Precisamos de uma política voltada para esse segmento. O Estado não tem, por exemplo, um entreposto, um local onde armazenar o pescado”, ressaltou o supervisor técnico.

A pesquisa do Dieese foi feita em conjunto com a Secretaria Municipal de Economia de Belém (Secon).

Na pedra do Ver-o-peso, onde o valor do pescado tende a ser mais barato, o quilo da dourada estava sendo comercializado a R$ 18, ontem. O vendedor que se apresentou apenas por ‘Paulo do Peixe’ disse que compra o alimento direto dos balanceiros e desde janeiro tem acompanhado os reajustes no preço. “Chegamos a um período em que não adianta achar que vamos comprar peixe por um preço mais barato, aqui, porque não vamos. Isso vale tanto para o consumidor quanto para o revendedor”, comentou Paulo, enquanto filetava os últimos peixes que pretendia vender.

O peixeiro João Oliveira, que trabalha no Mercado de Peixe do Ver-o-peso há 42 anos, disse que neste mês de julho as vendas caíram 70% no box dele. A queda se deve porque os clientes dele estão viajando para curtir o verão. “Todo ano é isso. As vendas caem em julho”, comenta. Questionado sobre o preço do alimento, ele disse que chegou a temporada de gó. “É a espécie que tem salvado as vendas porque está com os preços mais em conta. Porém tem sofrido reajuste direto nos últimos dois meses”, pontuou o vendedor.

O aposentado Francisco Moraes, 67, sentiu o aumento do pescado no bolso. “Todo dia, se eu pudesse, comeria peixe. Mas está ficando caro. Hoje estou levando somente um quilo de gó porque foi a espécie que está mais barata e está bonita”, descreveu.

Pescado de feiras livres e supermercados continua caro
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