Criação de vagas de emprego cresce 15,71% este ano no Pará

Aos 23 anos de idade, a maquiadora profissional Adrielly Coelho conseguiu o primeiro emprego com carteira assinada. O contrato foi fechado em maio deste ano, em um período no qual muito se falava sobre a crise que a pandemia da Covid-19 trouxe. “Eu estava trabalhando de forma autônoma, mas isso não me dava estabilidade financeira, já que tem mês que a gente consegue um bom faturamento e no outro não consegue tanto. Não havia equilíbrio no meu orçamento neste sentido. Agora eu tenho a certeza que tenho um salário para receber todo mês, sempre naquela data, e que ele poderá vir com uma gratificação”, destaca, sobre o que mudou depois que ela entrou para o mercado de trabalho formal, em Belém.

Adrielly trabalha no estúdio de beleza da Nara Fernandes que contratou, além da maquiadora, outros três profissionais para o quadro. As admissões ocorreram neste primeiro semestre do ano. “No ano passado, a gente conseguiu manter o quadro sem desligar ninguém, mas este ano temos conseguido ampliar nosso espaço e com isso vou contratando mais profissionais. Priorizo justamente quem não tem experiência no currículo porque lembro o quanto foi difícil para mim quando saí da universidade e ninguém me dava oportunidade porque não tinha experiência comprovada em carteira assinada”, diz a empresária.

Nara e Adrielly atuam no setor de serviços, que foi o que mais gerou empregos este ano, segundo levantamento do Observatório do Trabalho do Estado do Pará. O estudo é feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA) em parceria com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster); e mostra que o Pará ocupa um lugar de destaque no ranking da geração de empregos em todo o país, em especial na região Norte, onde ficou em 1º lugar no índice da criação de postos de trabalho com carteira assinada.

Pela pesquisa do Observatório – que usa os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia – o Estado do Pará fechou o primeiro semestre de 2021 com um saldo positivo de 36.175 novas vagas com carteira assinada. Este número é 15,71% maior que o registrado durante todo o ano passado, quando o Estado, mesmo com a pandemia, já vinha avançando na geração de empregos, e alcançou um saldo de 31.261 novos postos de trabalho.

O setor de serviços foi o que mais criou novas vagas este ano, sendo responsável por 12.989 novos postos de trabalho. O comércio foi o segundo setor que mais gerou novas vagas, foram 9.374 entre janeiro e junho de 2021.

No setor da construção, o semestre encerra com um saldo de 7.685 novas vagas de trabalho com carteira assinada. Foi o terceiro setor que mais empregou formalmente. A indústria aparece em seguida, com 3.341 novos postos de trabalho e a agropecuária com um saldo de 2.786 novos postos.

Entre julho de 2020 a junho de 2021, o Estado do Pará também apresentou um saldo positivo na geração de empregos. Nestes últimos doze meses, foram 72.788 novas vagas formais. “Os dados são espetaculares. Mostram que todos os setores da economia tiveram uma expansão e geraram mais empregos”, destaca o supervisor técnico do Dieese/PA, Roberto Sena. “A pesquisa mostra que há uma retomada da economia e esperamos que este cenário continue no próximo semestre”.

Sena ressalta que se comparar o segundo semestre de 2020 com o que teremos agora em 2021, se observará a importância do avanço da vacinação para que a economia se estabilize cada vez mais e novos negócios sejam fechados, garantindo, desta forma, mais emprego e renda no Estado.

SUPERMERCADOS

O presidente da Associação Paraense de Supermercados, Jorge Portugal, destaca que o ramo supermercadista tem sido fundamental na geração de empregos por abranger uma atividade econômica que é essencial dentro do setor do comércio. “O nosso setor não parou. Não houve perda de postos de serviços, pelo contrário, houve uma criação de novas vagas, seja pela ampliação das lojas ou pela extensão de horário de funcionamento ou até mesmo pela inauguração de novas lojas de supermercados no Estado”, comentou.

O empresário também está otimista em relação ao segundo semestre. “Há uma previsão de inauguração de duas a três lojas, com elas abrindo novas vagas serão abertas e o setor só tende a crescer”, sinalizou Portugal.