Os paraenses vão acordar neste sábado com mais um susto na conta de energia elétrica: a partir de hoje (7), as tarifas chegam com aumento de 8,02% para os consumidores residenciais. Foram afetadas pela medida - anunciada pela Agência Nacional de Energia Elétrica ontem (6), no início da tarde - 2,77 milhões de unidades consumidoras no Estado. O Reajuste Tarifário Anual da Equatorial Pará Distribuidora de Energia S.A aprovado pela diretoria da Aneel vai afetar também os chamados consumidores cativos (baixa tensão), que terão reajuste de 8,68%. Nesse grupo, estão incluídas as classes B2 (Rural: subclasses, como agropecuária, cooperativa de eletrificação rural, indústria rural, serviço público de irrigação rural); B3 (Industrial, comercial, serviços e outras atividades, poder público, serviço público e consumo próprio); e B4 (Iluminação pública).
Os grandes consumidores (alta tensão), como indústrias de médio e grande porte, pagarão mais 10,28%, o que representa um aumento médio para todo o Pará de 9,01%. Os custos de distribuição, com 13,86%, e os encargos setoriais, com 4,54%, foram os itens que pesaram no reajuste, segundo a empresa.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/Pará), divulgou nota informando que, em termos globais, esta é a 23ª revisão tarifária autorizada pela Aneel à Equatorial Energia desde a privatização em 1998. De acordo com o Dieese, a antiga Celpa teria sido privatizada em julho de 1998 “com as tarifas já plenamente recompostas”.
A nota diz ainda que “nos montantes globalizados de reajustes levantados pelo Dieese/PA não estão incluídos os aumentos mensais motivados pelo regime de bandeiras em vigor desde janeiro de 2015”. O regime de bandeiras tarifárias consiste no repasse imediato ao consumidor de eventual aumento de custos na geração de energia elétrica.
“O primeiro reajuste de energia elétrica para os consumidores residenciais paraenses, autorizado pela Aneel, já com a empresa privatizada, ocorreu também de forma parcelada em 1999 em um total acumulado de 10,60%”, segue a nota divulgada ontem após o anúncio da Aneel.
Segundo os cálculos dos técnicos do Dieese, a conta de energia do consumidor paraense já acumula, desde a privatização da Celpa, em julho de 1998, e sem considerar o aumento do cálculo do regime de bandeiras, um montante de 721% enquanto a inflação estimada nesse período está estimada em 307%.
MAIS CARA
Um artigo publicado no site Canal Energia, o maior especialista no setor no país, informa que cálculos do Instituto Ilumina mostram que o Brasil poderá ter a tarifa de energia mais cara do mundo até o final de 2021. “Por enquanto, de acordo com levantamento realizado pela Agência Internacional de Energia, o ranking é liderado pela Alemanha, mas com os recentes aumentos no mercado brasileiro – a expectativa é que, com a crise hídrica, as tarifas das distribuidoras subam, em média, 8% ainda neste ano – o que deverá inverter as posições na lista”, diz o artigo assinado por Amauri Segalla, publicado ontem, 6 de agosto.
Ou seja, a partir deste sábado, com o aumento médio de 9,01%, de acordo com prognóstico feito pelo diretor do Instituto Ilumina, Roberto D’Araújo com base nos dados divulgados em junho pela Agência Internacional de Energia, o Pará deve figurar como detentor da tarifa de energia mais cara do mundo.
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