O Banco da Amazônia (Basa) disponibiliza R$ 7 bilhões para o agronegócio (produtores e empreendedores rurais) amazônico no Plano Safra 2021/2022. O valor é superior ao investido no plano passado e o maior volume de recursos já ofertado pelo banco para a região. Desse total, R$ 4 bilhões serão destinados para o mini, pequeno e agricultor familiar.
Mesmo com a pandemia, o Basa bateu recordes de valores contratados ano passado na região amazônica: R$ 6,5 bilhões. A meta inicial era de R$ 5 bilhões, havendo uma superação de 31% da meta. Em relação ao plano de 2019/2020, quando foram contratados R$ 4,34 bilhões, houve um crescimento no valor aplicado de 50,9%. Nos últimos cinco anos, o Banco da Amazônia já aplicou R$ 19,7 bilhões no agronegócio regional.
Além do crescimento na aplicação do crédito, Valdecir Tose, presidente do Banco, espera fomentar ainda mais o agronegócio sustentável. “Nosso objetivo é estimular um agronegócio que visa integrar a parte tecnológica, social e ambiental em um formato em que o desempenho do produtor rural se desenvolva e cresça de forma a conciliar todos estes benefícios”, afirma.
Em parceria com outros órgãos de apoio e extensão rural e de fomento, o banco pretende incentivar ainda mais os pequenos produtores. “Queremos levar o banco até eles através dessas parcerias, evitando a burocracia e otimizando o processo através da tecnologia. Todo o processo documental poderá ser feito através do aplicativo do banco no próprio campo, economizando tempo e dinheiro do produtor. A meta é aprovar o crédito em até 72 horas”, informa Tose.
JUROS
A taxa de juros para a agricultura familiar parte de 0,5% ao ano (Pronaf B ou Pronaf Microcrédito) para valores até R$ 3,5 mil; até chegar a 4,5% também ao ano. “Os juros mais caros, que são os de custeio, chegam a 6,5% ao ano. São juros extremamente atraentes e muito favoráveis para que os produtores consigam pagar com o lucro da sua produção, gerando renda para esses empreendedores”, destaca o presidente.
De acordo com Valdecir Tose, tanto a pecuária quanto a agricultura cresceram de forma semelhante, em torno de 51% na região. Segundo ele, o agronegócio foi o grande impulsionador do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, crescendo ainda mais na região Norte do que em
outras regiões.
“Temos aqui vários problemas fundiários e ambientais que são complicadores, mas com o apoio e as parcerias com os estados, das federações e associações e dos próprios produtores, aliada à sensibilização gerada pelo desenvolvimento sustentável, cada vez mais produtores poderão ter acesso ao crédito”.
O Basa tem uma análise socioambiental desde a agricultura familiar até o grande produtor. “Não financiamos áreas embargadas, produtores que possuem pendências socioambientais. O banco busca atuar dentro da sua política de responsabilidade socioambiental, direcionando para o agronegócio sustentável”, ressalta.
PRODUTOR DESTACA BENEFÍCIOS DA PARCERIA
Pecuarista, agrônomo e fruticultor, Gustavo Grotto se tornou cliente do Banco da Amazônia em 2014, quando realizou um financiamento de investimento para pecuária de corte (FNO). Adquiriu matrizes, trator com implementos para reformar pastagens, troncos e balança para melhorar o manejo e o controle e cercas para melhor dividir as pastagens da sua “Fazenda 7 Grotas”, de 720 hectares, localizada no município de Novo Progresso.
A parceria com o Basa alavancou o projeto de pecuária de corte e trouxe estabilidade e sustentabilidade para o trabalho. “Para seguir crescendo na pecuária, tinha que adquirir outra propriedade. Ao invés disso, decidi ir atrás da realização de um sonho antigo de instalar um projeto de frutas amazônicas, que é o que realmente amo. A parceria com o Basa foi fundamental para que eu conseguisse estabilidade no meu projeto e ir além”, relata.
O projeto recupera áreas degradadas de pastagem com plantio comercial de frutas nativas, produzindo alimento de qualidade. O produtor trabalha com açaí, cajá, graviola, abacaxi, bacabi, camu camu, taperebá, murici, araçá-boi, pinha, sapoti e abiu gigante amarelo.
“Estamos desenvolvendo tecnologias adaptadas para cada uma dessas culturas. Os plantios são separados por módulos e cada cultura recebe um manejo específico. Não trabalhamos com consórcios de plantas, agroflorestas e nem com agricultura orgânica porque acreditamos que, com plantios comerciais convencionais, teremos maior produtividade e, assim, maior sustentabilidade econômica para o projeto”, afirma.
AÇAÍ
A base da produção de Gustavo é o açaí, plantado em cerca de 20 hectares da fazenda e usa como base tecnológica do projeto a fertirrigação, através de gotejamento e controle do mato mecanizado, utilizando um equipamento usado na cultura da laranja chamado “herbicat”. “Para prevenir o ataque de pragas e doenças utilizamos um atomizador acoplado a um trator cafeeiro, ambos também financiados pelo Banco da Amazônia”.
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