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PREVENÇÃO

Marinha quer zerar acidente com escalpelamento no Pará

Em 2021, já foram registrados 8 escalpelamentos na Amazônia. Ações de prevenção da Marinha serão voltadas principalmente às comunidades ribeirinhas de Belém, Breves e Curralinho.

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Imagem ilustrativa da notícia Marinha quer zerar acidente com escalpelamento no Pará camera Embora a Marinha instale, gratuitamente, equipamentos de proteção aos eixos das embarcações, ainda há resistência ao uso | Agencia Pará - Arquivo

O escalpelamento é o arrancamento brusco e acidental do couro cabeludo (escalpo). Esse grave acidente costuma ocorrer em embarcações de pequeno porte, quando os cabelos compridos, geralmente de mulheres e meninas, se enroscam nos eixos e partes móveis dos motores. As vítimas têm orelhas, sobrancelhas, pálpebras e até partes do rosto e pescoço arrancados, o que causa graves deformações e pode levar à morte. O tratamento consiste em cirurgia plástica, implante capilar e acompanhamento psicológico.

Esses acidentes começaram a ocorrer na Amazônia por volta de 1970, quando a presença de embarcações movidas a motor de eixo rotativos foram predominando e os barcos à vela começaram a ser cada vez menos pelas populações ribeirinhas. O uso desses veículos é fundamental para quem vive às margens e depende dos rios. É com eles que os riberinhos se deslocam para ir à escola ou trabalhar, por exemplo.

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Para prevenir esses acidentes, o Comando do 4º Distrito Naval da Marinha do Brasil promove a Semana de Prevenção ao Escalpelamento, que será realizada entre os dias 20 e 28 de agosto. A programação da semana inclui ações educativas junto às comunidades ribeirinhas, bem como a distribuição gratuita de coletes salva-vidas e equipamentos de proteção de eixos das embarcações.

Para promover a semana, o Comandante da Marinha, Almirante de esquadra Almir Garnier Santos, esteve em Belém nesta quarta-feira (18). Segundo o comandante, embora os registros de escalpelamento tenham diminuído nos últimos anos, a intenção da Marinha é zerar essas tragédias.

“Temos visto as estatísticas de escalpelamento reduzirem nos últimos anos, com esforço de toda a sociedade. A Marinha já instalou mais de mil kits de proteção. Independentemente dos números, um único caso, nós não podemos aceitar. Essas moças ficam marcados e o trauma, além do físico, é emocional, para toda a vida”, disse o Almirante Garnier.

Acidentes

De acordo com os registros da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR), em 2019, foram registrados 13 escalpelamentos; em 2020, foram 9 casos; em 2021, já houve 8 escalpelamentos.

Os trabalhos de prevenção serão concentrados nas comunidades ribeirinhas de Belém, Breves e Curralinho.

De acordo com o comandante do 4º Distrito Naval, Vice-almirante Valter Citavicius Filho, apesar da distribuição de equipamentos de proteção a motores ser gratuita, ainda há resistência por parte dos ribeirinhos em utilizar o equipamento de segurança. “A gente sente essa dificuldade, até porque, os ribeirinhos, quando as embarcações ficam atracadas à noite, tentando evitar roubos, eles retiram o motor, e essa proteção é uma dificuldade a mais. Então, no dia seguinte, eles recolocam o motor e não recolocam a proteção”.

Serviço

Proprietários de embarcação que desejam instalar a proteção do eixo do motor podem procurar a Capitania dos Portos. A instalação é gratuita. Mais informações pelo telefone (91) 3218-3950.

Programação

20 a 28 de agosto: Comissão para o município de Breves – Ações de cobertura de eixo, doação de coletes salva-vidas e distribuição de materiais educativos de prevenção ao escalpelamento;

23 a 29: distribuição de material educativo pela equipe de fiscalização do tráfego aquaviário;

27 e 28: distribuição de material educativo em Icoaraci e Terminal Hidroviário de Belém;

26 de agosto, às 10h: reunião do Capitão dos Portos da Amazônia Oriental com o Ministério Público do Pará.

Confira a reportagem da RBA TV!

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