No início do ano, o estudante Antony Davi recebeu a notícia que tanto esperava. Ele havia sido aceito no Caça Asteroides, programa da Nasa em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil. Apesar da alegria do momento, o adolescente de 14 anos, estudante do 9º ano na Escola Municipal Honorato Filgueiras, no bairro do Jurunas, em Belém, ficou apreensivo, pois não tinha, sequer, um computador para conseguir realizar suas pesquisas para o programa. Uma força-tarefa realizada por familiares conseguiu dar um notebook para Antony, que mostrou todo seu potencial em menos de uma semana.
O estudante, que já recebeu outras premiações por seu potencial na astronomia, irá receber um certificado da agência espacial norte-americana por ter descoberto um asteroide a orbitar no espaço. A tarefa não é simples, mas Antony, que pretende se tornar em breve um astrofísico, fez a descoberta em sua primeira semana utilizando a plataforma designada pela Nasa para a análise de dados astronômicos.
“O sentimento é de satisfação. A Nasa realiza um treinamento via Youtube conosco para usar essa plataforma. Através dela, fazemos uma análise de dados astronômicos de um telescópio que fica no Havaí. É muito raro encontrar um asteroide, mas depois que encontramos enviamos um relatório à Nasa, que checa tudo antes de confirmar realmente que é um asteroide”, diz o estudante paraense.
O próximo passo será dar um nome ao asteroide. A Nasa estipula um prazo de cinco anos para estudar o objeto antes de batizá-lo. Antony tem certeza de que será realmente confirmado e já possui um nome para o asteroide: Átila Iamarino, biólogo e pesquisador brasileiro da nova geração. Além da homenagem ao pesquisador paulista, o adolescente aproveita o momento para homenagear dois acadêmicos que o ajudaram intensamente em seu percurso.
“Minha equipe atuou em parceria com o professor Carlos Alexandre, formando em física da UFPA, e Emily Nobre, cursando ciências biológicas da UFPA. Além deles, os professores da minha escola, que apesar da falta de estrutura, sempre me incentivaram a continuar, principalmente a professora Lurdes e Nádia Corumbá”, diz.
Durante os próximos cinco anos, a Nasa vai estudar o asteroide descoberto por Antony. O objetivo é apurar a rota do asteroide, sua órbita, de qual material é constituído ou se é perigoso para Terra. O feito, para o estudante, é apenas um primeiro passo rumo a uma carreira dedicada aos astros. Confiança em si não falta.
“Acredito que ainda vá encontrar mais asteroides até o final do programa. Eu faço realmente por amor. Meu interesse pela astronomia surgiu desde criança, quando comecei a consumir conteúdo de ficção científica. Sempre assisti a filmes e documentários relacionados ao tema. Mas o interesse despertou quando ganhei meu primeiro planisfério e tive acesso a formação das constelações, aos 11 anos. Pretendo me tornar astrofísico, trabalhar na Nasa e contribuir para transformar a ciência”, finaliza.
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