Estamos na época do açaí. O período de felicidade para muitos paraenses faz parecer que está tudo bem com o promissor setor, mas, na realidade, produtores e empresários estão em rota de colisão.
Batedores de açaí protestam contra aumento de preço
A produção do fruto amazônico vem enfrentando problemas devido a forte demanda nacional e mundial pelo produto, que desequilibra o mercado interno. O resultado é prejuízo para os agricultores, que precisam aceitar vender mais barato, e para os consumidores paraenses, que pagam mais caro pelo produto. No período de entressafra, o litro chega a ultrapassar os R$ 30 em muitos locais de venda.
Cansados da situação, produtores de açaí de Igarapé Miri, na região nordeste do Pará, anunciaram a paralisação total da venda do produto para grandes empresários. A suspensão das vendas é por tempo indeterminado e começou a partir desta segunda-feira (23). A decisão deu-se após uma reunião dos trabalhadores, junto a Associação de Moradores e Produtores Rurais de Nazarezinho do Meruú (Amprunam), na praça central da cidade, pela manhã de hoje.
Os produtores alegam que os grandes empresários, proprietários de fábricas que exportam o produto para outros estados e países, estipularam, implicitamente, um preço a ser pago pela produção, grande parte vinda da agricultura familiar. Os agricultores dizem que os empresários estão pagando cerca de R$ 30 pelo paneiro de açaí, quando o preço correto seria o de R$ 100.
De acordo com a categoria, é necessário que os produtores e os órgãos competentes se reúnam para criar uma tabela de preços fixos, para que os empresários não ditem mais os valores. A Amprunam informou que criou uma comissão de produtores e especialistas, que irá se reunir na quarta-feira com o objetivo de discutir um valor condizente com o custo da produção.
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