O aposentado Antônio Santos, 73 anos, faz tratamento de câncer de pele no Hospital Ophir Loyola, referência em oncologia no Estado do Pará. Há dois meses ele começou a ter tosses pertinentes, e acreditava que era gripe. "Eu fui ao posto de saúde me vacinar contra a gripe. Após a vacinação percebi que não era algo simples, pois a tosse continuava", contou. Em uma consulta de rotina, ele relatou o que estava ocorrendo para o médico, que solicitou a tomografia do pulmão. O exame identificou uma mancha. Após a biópsia, foi diagnosticada uma neoplasia maligna pulmonar. Antônio fez uso de cigarro por mais de 30 anos. Mais recentemente ele vem lutando para deixar o vício e cuidar da saúde.
O dia 29 de agosto é marcado pela luta nacional contra o fumo. O tabagismo é uma doença causada pela dependência do organismo à nicotina, que pode causar diversas doenças crônicas diferentes, quase 50, entre as quais bronquite crônica, asma, enfisema pulmonar, infecções respiratórias e doenças cardiovasculares. No Brasil, 443 pessoas morrem a cada dia por causa do tabagismo, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Os fumantes ativos não apenas colocam em risco a própria saúde, mas também expõem ao perigo as pessoas que inalam a fumaça, os chamados fumantes passivos. Os efeitos fatais do uso do tabaco à saúde não são novidade. Além do câncer de pulmão, o órgão onde se depositam as principais substâncias tóxicas do cigarro, é o principal fator de risco para o desenvolvimento de outros tumores malignos, como os de cabeça e pescoço.
Apesar de muitas pesquisas apontarem os malefícios causados pelos cigarros tradicionais, as alternativas - cigarros eletrônicos e narguilés, melaço e aromatizantes - também podem ser prejudiciais à saúde.
Conforme o cirurgião torácico do HOL, Antônio Bomfim, essas novas formas de utilizar o tabaco são mais comuns entre os jovens. "O uso de narguilé tem uma grande chance de desenvolver câncer também, pois libera muitas substâncias carcinógenas. Uma sessão de narguilé, que dura em média de 20 a 80 minutos, equivale a fumar cerca de 100 cigarros tradicionais. O cigarro eletrônico, por ser mais novo, ainda não existe uma comprovação que causa câncer de pulmão. Porém, já existem comprovações de novas doenças pulmonares causadas pelo mesmo", informou o médico Antônio Bomfim.
Tratamento psicológico - Compreender que fumar é um comportamento de aprendizagem, desencadeado e mantido por determinadas situações e emoções. O essencial é o tratamento com o psicólogo. "O tratamento psicoterápico é muito importante, pois é ele quem vai ajudar na dependência psicológica do paciente. Não é um tratamento simples. A primeira iniciativa é o indivíduo querer parar de fumar, para depois começar a utilizar os medicamentos", acrescentou o cirurgião.
O uso de medicamentos tem papel importante no processo de suspensão do tabagismo, minimizando os sintomas da síndrome de abstinência da nicotina. Os medicamentos não devem ser usados isoladamente, mas em combinação com boas práticas. É essencial que os fumantes se sintam mais confiantes na hora de se exercitar e colocar em prática as orientações recebidas do especialista.
Parar de fumar sempre vale a pena em qualquer momento da vida, mesmo que o fumante já esteja com alguma doença causada pelo cigarro. Após duas horas, a nicotina não está mais circulando no sangue. Depois de três semanas, a respiração se torna mais fácil e a circulação melhora. Em um ano, o risco de morte por infarto do miocárdio é reduzido à metade, e em dez anos o risco de sofrer infarto será igual ao das pessoas que nunca fumaram.
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