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SAÚDE

Urina Preta: casos não impactam vendas no Ver-o-Peso

Segundo trabalhadores, poucas espécies transmissoras são vendidas na feira e são fornecidas de cativeiro. Doença está relacionada a peixes de ambiente natural. Pesquisadores defendem rastreio da cadeia produtiva.

Imagem ilustrativa da notícia Urina Preta: casos não impactam vendas no Ver-o-Peso camera Segundo feirantes, espécies como o camarão vêm direto de fornecedores de cativeiro | Irene Almeida/ Diário do Pará

O DIÁRIO foi até o complexo do Ver-o-Peso conversar com vendedores da feira sobre os casos confirmados de Doença de Haff, ou “doença da urina preta”, que é causada por uma toxina que pode ser encontrada em tipos específicos de peixes (como o tambaqui, o badejo e a arabaiana) e em crustáceos (como o camarão, a lagosta e o lagostim).

Para a permissionária Daniele Nascimento, ainda é cedo para dizer se haverá algum impacto no consumo das refeições. Ela diz que em virtude do anúncio a respeito dos casos suspeitos ter sido feito há poucos dias, só vai poder fazer uma avaliação exata na próxima semana. “Nos boxes ninguém vende pratos com os peixes que estão sendo investigados, usamos mais a pescada, o filhote... E até agora o movimento, ao que parece, está normal. Mas só daqui a alguns dias poderei ter certeza”, disse ela, que trabalha há dez anos no local.

No mercado de peixe, o movimento também aparentava certa normalidade. Porém, um dos vendedores revelou que alguns clientes já haviam perguntado se no local havia tambaqui e desistiram da venda. “Antes de tudo é preciso que haja mais informação para que a população não se desespere. Essa doença sempre existiu e não são todos os peixes que podem causá-la. Os que eu vendo são todos criados em cativeiro, bem guardados, eu mesmo só vendo aquilo que consumo. O cliente deve lembrar que o importante é que o fornecedor seja alguém de confiança” comentou um vendedor.

A Sespa informou que é responsabilidade de cada município a proibição ou liberação do consumo de pescado. E algumas cidades já proibiram por tempo indeterminado ou emitiram alerta acerca do comércio e o consumo de tambaqui, pacu e pirapitinga, como é o caso de Juruti e Óbidos, localizados na região do Baixo Amazonas.

No Pará, três casos da doença estão sendo investigados pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), sendo o primeiro caso em Santarém, o segundo em Belém e o mais recente no município de Trairão, na região sudoeste do estado. Em Santarém, um homem de 55 anos teria morrido da doença.

RASTREIO

Para a pesquisadora Rosália Furtado Souza, coordenadora do curso de Engenharia de Pesca da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), só a proibição não é o ideal e pode causar sérios prejuízos ao sistema produtivo do estado. “Nem todos os peixes são oriundos do extrativismo, e nem todos os peixes podem ser contaminados com a toxina causadora da doença. Proibir a venda total de pescado envolve desde o sustento de muitas famílias até mudanças no hábito alimentar de toda uma população”, diz.

Segundo a pesquisadora, o foco dos órgãos de fiscalização precisa ser urgentemente em organizar o rastreio desse pescado, para não prejudicar a piscicultura. “Nossa cadeia produtiva ainda é muito desorganizada, mesmo o Pará sendo o grande produtor nacional de pescado. É necessário saber a procedência desse peixe, a guia de trânsito dele, como ele pode ser rastreado, e assim criar um selo, dando mais segurança ao consumidor e ao produtor. A legislação existe, é preciso implementá-la sem prejudicar o cultivo”, afirma.

De acordo com Jeanderson Viana, engenheiro de pesca da Ufra, os peixes que apresentam essa toxina se encontram em ambiente natural, em que não é possível realizar o monitoramento, diferente do peixe de cultivo. “Na piscicutura o produtor alimenta o peixe com uma ração adequada, realiza o monitoramento da qualidade da água e o controle de possíveis patógenos, a fim de garantir uma sanidade ambiental e segurança alimentar”, diz.

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