Excesso de trabalho, pressão para se concluir uma atividade, o medo constante de perder o emprego. Quando presentes de forma contínua no ambiente de trabalho, elementos como esses podem representar um risco para a saúde mental do trabalhador. Não à toa, a preocupação com isso é cada vez mais presente nas organizações. Dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) estimam que 11,5 milhões de pessoas sofram com depressão no Brasil. Além disso, uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association (Isma - Brasil) revela que cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com a chamada Síndrome de Burnout.
A médica psiquiatra Daniele Boullhosa explica que a Síndrome de Burnout é caracterizada por uma estafa física e mental relacionada estritamente ao trabalho. Nesse sentido, os sintomas apresentados por quem desenvolve a síndrome podem ser variados e incluem tristeza, desânimo, ansiedade, falta de energia, apatia para o trabalho. “São sinais que confundem com sintomas depressivos e ansiosos, mas o que faz diferença, no caso da Síndrome de Burnout, é que se observa que os sintomas estão diretamente relacionados ao trabalho”, explica.
“Por exemplo, durante o final de semana pode ser que os sintomas desapareçam ou melhorem bastante, mas no domingo a pessoa já começa a sentir os sintomas mais intensos porque sabe que na segunda-feira terá que ir trabalhar novamente. O mesmo pode ocorrer também quando o trabalhador entra de férias, os sintomas melhoram bastante, mas quando ele tem que voltar ao trabalho e os sintomas retornam. Essa característica vai fazer a grande diferença”.
A médica destaca que as causas da Síndrome de Burnout são diversas e podem ir desde o excesso de trabalho, passa por longas jornadas ininterruptas e até mesmo a pressão exercida pelo gestor ou mesmo por colegas para que o trabalhador produza.
Nesse sentido, para que se busque a promoção da saúde mental também no ambiente de trabalho é fundamental respeitar a necessidade do descanso físico e mental do colaborador. “Não ter um período de descanso faz muito mal para a saúde mental. O descanso, como é o caso das férias, é extremamente necessário. Não há como viver só do trabalho, o trabalho é muito importante, mas tudo em excesso faz mal, então, uma hora esse excesso vai começar a demonstrar os seus efeitos, através dos sintomas”, considera Daniele Boulhosa.
“A saúde mental precisa ser muito observada dentro da saúde do trabalhador, mas, geralmente, a própria pessoa não consegue fazer essa identificação. Ela tem os sintomas, consegue identificar que é algo relacionado com o trabalho, mas não consegue fazer uma ligação com uma doença que demanda uma mudança de postura e de tratamento, seja com o psiquiatra ou com o psicólogo”.
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