A operadora de saúde Hapvida, acusada de pressionar médicos para que receitasse cloroquina a pacientes com sintomas similares aos da Covid-19, multiplicou seu patrimônio e expandiu sua rede durante a pandemia. As informações são do jornal O Globo.
A Hapvida terminou 2020 com receita líquida de R$ 8,5 bilhões, um aumento de 51% para o faturamento do ano anterior, segundo o balanço divulgado pela empresa. Em junho deste ano, segundo a Agência Nacional de Saúde (ANS), a empresa chegou a 2,8 milhões de clientes de assistência médica. O balanço da empresa, que considera também os números de outras operadoras adquiridas pela Hapvida, contabiliza 3,8 milhões de clientes.
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Em 2018, ano que entrou na Bolsa de Valores e em 2019, antes da pandemia, a receita líquida da Hapvida havia girado em torno de R$ 5 bilhões. A Covid-19 também levou a um incremento de custos assistenciais, mas, ainda assim, a empresa registrou lucro líquido final de R$ 1,3 bilhão no ano passado. Em 2021, a lista elaborada pela revista “Forbes” com as famílias mais ricas do país passou a incluir a família Pinheiro Koren de Lima, dona da Hapvida, na quarta colocação, com um patrimônio estimado de R$ 7,5 bilhões.
O médico oncologista Cândido, Pinheiro Koren de Lima, fundador da Hapvida e que abriu seu primeiro hospital em Fortaleza em 1979, entrou na lista de bilionários da Forbes em 2019. Hoje, ele preside o conselho de administração da empresa. Dois de seus filhos, Jorge Pinheiro, atual presidente da Hapvida, e Cândido Junior, que segue como membro do conselho, também figuram na lista.
A Hapvida surgiu como operadora de saúde em 1993, levando em seu nome as iniciais do Hospital Antônio Prudente, o primeiro fundado por Cândido, e que hoje é um dos maiores da capital cearense. Na unidade, uma das dedicadas pela Hapvida para pacientes de Covid-19, um de seus médicos, Felipe Peixoto Nobre, denunciou pressões da empresa para receitar cloroquina, medicamento ineficaz para coronavírus, e recusa a fazer testes de detecção do vírus.
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