Ainda é comum ouvir relatos de pessoas que ficaram no prejuízo após o empréstimo do cartão de crédito ou do próprio nome para que terceiros tivessem acesso a crédito financeiro. A prática que, por vezes, é vista como uma atitude solidária entre amigos e parentes, por exemplo, precisa ter os pagamentos acompanhados bem de perto para que o problema não vire uma dor de cabeça ou o que é pior, uma bola de neve de dívidas.
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Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Sebrae, mostrou que, em 12 meses, 29% dos consumidores ouvidos fizeram compras com cheque, cartão de crédito, crediário e obtiveram empréstimo ou financiamento utilizando o nome de outra pessoa. Desse total, 23% utilizaram o cartão de crédito; 4% usaram o cartão de loja e 2% contrataram empréstimos.
A educadora financeira e vice-presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Ana Ferrari, lembra que é preciso ter cuidado na hora de utilizar o cartão de crédito, principalmente quando for para outra pessoa. “Muitas vezes não sabemos como anda a condição financeira daquela pessoa. Então, quando se faz o empréstimo de um cartão, por exemplo, é preciso ter ciência que o titular está assumindo riscos e corre perigo de ficar negativado”, alerta.
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A especialista diz que o cartão de crédito não pode ser tratado como um vilão na vida financeira e que, quando usado de maneira correta, pode ainda trazer vários benefícios. “Hoje em dia esse é um meio de pagamento que, além de facilitar a compra, também oferece vantagens. Temos aquelas compras com ‘cashback’, pontuações para milhas aéreas para quem gosta de viajar e redes que oferecem descontos nos estabelecimentos, mas é preciso ter certo controle”, lembra Ana Ferrari.
“A taxa de juros do cartão de crédito é uma das maiores do mercado. Então, quando você empresta seu cartão nem sempre aquela pessoa está precisando com urgência. Sabemos que o brasileiro tem um coração bondoso e temos dificuldades de dizer ‘não’ para um amigo ou familiar. Porém, é preciso analisar toda a situação. Em alguns casos, é melhor orientar a buscar outra forma do que simplesmente emprestar o cartão”, conta.
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