Os casos de covid-19 e o surto de gripe H3N2 aqueceram a venda dos remédios, que combatem os sintomas gripais. Mais do que isso, a alta busca por esses medicamentos, que são vendidos isentos de prescrição médica, ou sem receitas, por não serem antibióticos, faz com que estejam em falta nas gôndolas.
De acordo com o supervisor de uma farmácia que fica na avenida Almirante Barroso, em relação a períodos antes do surto da gripe e da nova onda da covid, a venda dos remédios chamados antigripais subiu mais de 100%. “Aqui na farmácia, dos 10 clientes que entram, sete procuram algum remédio contra a gripe”, afirmou Caio Bonneterre, supervisor do estabelecimento.
Ainda de acordo com o supervisor, além da busca por pessoas diagnosticadas, a alta procura pelos medicamentos antigripais é registrada por pessoas não infectadas que lembram o primeiro ciclo da covid-19, no início de 2020, quando indicaram supostos medicamentos que combatiam o vírus que significou a falta deles nas farmácias. “Na época, noticiaram cloroquina, ivermectina e azitromicina. Então, as pessoas acabaram esses remédios e prejudicaram quem realmente precisava deles, como os pacientes de lúpus que precisam da cloroquina”, relembrou Caio Bonneterre.
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Dessa forma, na atual conjuntura dos vírus da covid-19 e da Influenza, todos os tipos dos remédios antigripais estão em falta, desde os xaropes aos descongestionantes nasais. “Os clientes chegam com a indicação do médico, os que são mais indicados como o Tamiflu não tem. A solução que damos é indicar o semelhante, mas dessa forma até esse substituto também passa a faltar”, disse o funcionário de outra farmácia, no bairro do Marco.
EM FALTA
Com leve tosse e dor de garganta, a arquiteta Jamile Moraes, 36 anos, sentiu a falta de remédios contra esses sintomas numa farmácia. “E olha que eu nem fui em busca de remédios mais complexos. Queria apenas uma vitamina C e uma pastilha para inflamação na garganta e não encontrei. Fui em quatro farmácias e a resposta dos funcionários foi a mesma, que não tinha”, disse ela.
E para piorar ainda mais, os funcionários das farmácias afirmam que não tem ocorrido a rápida reposição deles nas prateleiras, o que indica a alta demanda por esses fármacos. “Aqui na farmácia ocorre a reposição de medicamentos de três em três dias, mas os distribuidores não têm trazido os antigripais e quando trazem, são apenas alguns. Antes desse surto, esses remédios até sobravam, agora estão em falta até nas distribuidoras”, concluiu um funcionário que pediu para não ser identificado.
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