Um grupo de barqueiros começou uma manifestação e promete bloquear o tráfego de embarcações que passam por Muaná, no Arquipélago do Marajó. O motivo da insatisfação é uma ação de fiscalização e apreensão de cargas irregulares que a prefeitura começou a realizar e o alvo tem sido as madeiras que não têm nota fiscal.

Os manifestantes, acredite, confirmam que a origem da carga de madeira é ilegal e não tem nota fiscal para ser transportada. Elas são compradas em Portel, também no Marajó, e trazidas para Belém e Igarapé-Miri onde são adquiridas por serrarias.

Segundo um dos barqueiros que faz parte do movimento e prefeiriu não ser identificado, o prefeito de Muaná estaria se apropriando da carga apreendida.

"Ele tem três estâncias na cidade", disse. Do final do ano passado até esta semana, pelo menos nove apreensões de carga de madeira teriam sido feitas pelo Município.

"A gente compra dos 'beiradeiros' (como chamam os ribeirinhos que moram ao longo dos rios que cortam o Marajó) que precisam disso para comprar alimentos. Eles cortam a madeira com motosserras e vendem. A gente compra e revende na Região Metropolitana de Belém", admitiu o barqueiro.

O DOL entrou em contato com a prefeitura de Muaná e solicitou um posicionamento sobre esta situação. A assessoria de comunicação informou que iria primeiramente acionar o Jurídico da prefeitura para posteriormente encaminhar uma resposta.

Madeira apreendida na comunidade de Mocajatuba, em Muaná, no Pará. Foto: (Foto: Reprodução

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