O motorista Gercione Wanzeler Sabá Junior, de 32 anos, vai responder ao processo por homicídio culposo e lesão corporal grave em liberdade. A decisão é do juiz plantonista da Casa de Inquéritos Policiais de Belém, Lucas do Carmo, que determinou ainda o pagamento de fiança no valor de dez salários mínimos e a suspensão do direito de dirigir por um ano.
Gercione foi o causador do acidente de trânsito que resultou na morte da feirante Maria Izete da Silva Santiago, de 64 anos, no último sábado (5), no cruzamento da Avenida Almirante Barroso com a Dr. Freitas, no bairro do Marco.
O delegado Fábio Andrade da Seccional da Sacramenta, onde o caso foi registrado, havia solicitado a conversão da prisão em flagrante em preventiva, mas o pedido acabou não sendo acatado na audiência de custódia. O magistrado levou em consideração que o acusado tem residência fixa, não possuía antecedentes criminais e aparentemente não ameaça riscos ao procedimento do inquérito policial e ao processo.
O acusado voltava de uma festa de bloco de carnaval e avançou o semáforo do cruzamento da Avenida Almirante Barroso com a Dr. Freitas. O veículo dele atingiu o táxi em que Maria Izete estava. Com o impacto da colisão, a vítima ficou presa nas ferragens e não resistiu. O taxista Raimundo Nonato dos Santos ficou ferido e foi socorrido para um hospital.
Álcool provocou mais acidentes que drogas ilícitas
Um terceiro carro – que faz o transporte de pessoas por aplicativo – também foi atingido. O acidente foi no início da manhã e Gercione se apresentou na Seccional Urbana da Sacramenta, no início da tarde.
No depoimento que prestou à Polícia Civil, o motorista confessou que consumiu bebida alcoólica na festa. Tomou, segundo ele, quatro copos de “gin”. Também disse que seguia pela Avenida Almirante Barroso e, na ocasião do acidente, passou pelo cruzamento da Dr. Freitas quando o semáforo estava com a sinalização (luz) amarela.
Gercione Wanzeler acusou o taxista Raimundo Nonato, que seguia com Maria Izete pela Dr. Freitas, de ter avançado o semáforo. Versão esta que foi desmentida por outra vítima do acidente, que prestou depoimento na condição de testemunha.
Acidente tira a vida de carona de veículo no sudeste do Pará
O carro que o acusado dirigia, um Ford Ka, de cor branca, não era dele. Segundo informou seria de um amigo, que mora no bairro da Terra Firme. No veículo, com ele, estava outro amigo que se identificou como Jhonny Martins. Os dois conseguiram sair do carro, que chegou a capotar, e foram levados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital de Pronto-Socorro Mario Pinotti (o PSM da 14). O acusado só se apresentou na Seccional após a alta médica.
Testemunha desmente parte da versão de acusado
No acidente, o Ford Ka que Gercione dirigia envolveu também um terceiro veículo: um HB-20 do motorista Saulo Ferreira, que trabalha com aplicativo de transporte de passageiros.
Saulo, que dirigia o terceiro carro envolvido no acidente, contou, em depoimento à Polícia Civil, que seguia com o veículo pela Dr. Freitas. Parou no cruzamento com a Avenida Almirante Barroso porque o semáforo estava fechado. Fixou ao lado do táxi que transportava Maria Izete.
Quando o sinal abriu o taxi saiu por primeiro, deixando Saulo logo atrás. Ao cruzar a Almirante Barroso o táxi foi atingido pelo Ford Ka, que era dirigido por Gerciane. O impacto foi tamanho que o táxi acabou atingindo também o HB-20 de Saulo.
O motorista de aplicativo foi categórico ao afirmar que Gercione avançou o semáforo de forma imprudentemente.
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