Belém foi a 12ª capital com o maior preço da cesta básica em janeiro de 2022. O valor foi de R$ 563,97, em média, o que compromete cerca de 50% do salário mínimo de R$ 1.212,00. Os itens sofreram uma alta acumulada de 11,17% durante doze meses observados na Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em 17 capitais do país.
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Entre as cidades pesquisadas, 16 apontaram aumento no preço da cesta básica no mês passado. Segundo o estudo do Dieese, em janeiro deste ano, o óleo de soja foi o item de maior variação de preço em Belém, com quase 6%, além do quilo do tomate (2,15%). Em contrapartida, o quilo do feijão preto recuou em todas as capitais pesquisadas.
Sobre o custo dos alimentos básicos, São Paulo foi a capital que apresentou maior aumento, com o valor de R$ 713,86 no conjunto dos itens, seguidos por Florianópolis (R$ 695,59), Rio de Janeiro (R$ 692,83), Vitória (R$ 677,54) e Porto Alegre (R$ 673,00). Das sete capitais pesquisadas nas regiões Norte e Nordeste, Belém foi a segunda no ranking das cidades com o preço mais caro, atrás apenas de Fortaleza (R$ 607,35). De acordo com o Dieese, o salário mínimo para manter uma família de quatro pessoas, em janeiro de 2022, deveria ser de R$ 5.997,14.
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Em uma rede de supermercados de Belém, os consumidores têm sentido o constante aumento nos preços dos alimentos. Benedito Caldas, de 64 anos, tem o costume de fazer compras semanalmente e sentiu o aumento no valor do leite, café, tomate, pimentão, cenoura e cebola, além de proteínas, como carne e frango. “Então, a gente vai substituindo, é claro, perde um pouquinho a qualidade do que a gente tá acostumado, mas é a sobrevivência pra se manter, nós temos que buscar balancear com outros produtos. Eu comprava dez quilos de arroz, agora eu compro três quilos de arroz. Acabou, eu venho e compro mais um quilo”, conta o aposentado.
CARNE
“A carne subiu muito de preço. Hoje o picadinho está custando R$ 29 o quilo, que você encontrava a R$ 17, R$ 18. O peito de frango a gente comprava a R$ 10, R$ 11 e agora está R$ 17, R$ 18, o quilo. Eu gostava muito da alcatra, da picanha pra fazer um churrasco. Hoje, eu busco carne mais em conta, eu pego uma agulha, uma pá, um coxão duro, a picanha agora é fraldinha, que aí a gente começa a manter o hábito, mas com a segunda opção”, explica Benedito.
A aposentada Vângela Nascimento, 65 anos, faz compras toda semana e tem observado a alta nos preços dos alimentos básicos em geral, com destaque para as frutas, leite e produtos como sabão e detergente. “Um dia você vem está um preço, em outro dia você vem é já está outro. Eu venho por semana e faço algumas compras, o que vai faltando eu venho e vou repondo. Nessas compras vai mais ou menos uns R$ 800 por mês. Não tenho deixado de comprar, eu dou um jeitinho. Eu tenho substituído marca, por exemplo, do leite que quando está em promoção eu substituo”.
A profissional de saúde Suely Barros, 69, faz pesquisa de preços entre os supermercados da capital mas, mesmo assim, as compras mensais têm pesado no bolso. “Semana passada eu vim, não comprei nem oito sacolas e paguei R$ 210, achei um absurdo. Eu compro carne, frango, bolachas que eu estou comprando a cinco e pouco. Quer dizer, de pouquinho em pouquinho vai aumentando seu orçamento”, afirma.
O poeta Ronaldo Franco, 73 anos, é cardiopata e precisa da alimentação mais saudável possível. Ele diz que a elevação nos preços é constante e pode ser sentida até nas pequenas compras. “Geralmente quando eu recebo eu levo coisas mais saudáveis, esporadicamente. O que você comprava mês passado com R$ 100, hoje você tem que comprar com R$ 120”, diz. “O pacote de uva custava mês passado R$ 8, agora está R$ 10”, conclui.
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