O manguezal é um ecossistema de grande importância para o equilíbrio do planeta devido à alta capacidade de captar carbono da atmosfera, mitigando as emissões de gases de efeito estufa, além de contribuir com a pesca e turismo, o que beneficia direta e indiretamente o país inteiro.
Em tese, a proteção aos manguezais está garantida na Legislação Brasileira, mas, na prática, são vários os fatores de risco e na maioria envolve atividades do homem.
As principais razões que mais trazem impactos são mineração, sobrepesca, agricultura, aquicultura/carcinicultura, descarga de efluentes não tratados, aterramento, exploração de madeira, desmatamento, ocupação irregular e expansão demográfica.
Mas para manter todos os benefícios ativos, os mangues precisam de ajuda de iniciativas de proteção. Em 2021, por exemplo, foi criado o Projeto Mangues da Amazônia, na zona costeira do Pará, do Instituto Peabiru em parceria com o Laboratório de Ecologia de Manguezal (Lama), da UFPA.
Com dois anos de duração, o projeto atua na recuperação de espécies-chave dos manguezais, como o mangue branco e o caranguejo-uçá. A iniciativa promove ainda a capacitação e educação ambiental para jovens e crianças dos municípios paraenses de Augusto Corrêa, Bragança e Tracuateua.
Ecossistema costeiro de transição entre os biomas terrestre e marinho, os manguezais compõem cerca de 227 mil hectares no Pará, sendo considerada a segunda maior extensão de manguezais do país (23%), atrás do Maranhão (47%). Bragança é o terceiro município com mais áreas de mangue no estado, atrás dos vizinhos Augusto Corrêa e Viseu.
Se juntar os estados do Amapá, Pará e Maranhão, são mais de 8 mil quilômetros, abrangendo 80% dos manguezais brasileiros. Cerca de 89% deste cenário é protegido em unidades de conservação, principalmente reservas extrativistas marinhas, habitadas por populações tradicionais.
LINHAS DE AÇÃO
Conhecer o território por meio de mapeamento e diagnósticos socioambientais, avançar nas pesquisas científicas, iniciar o processo de reflorestamento e sensibilizar as populações locais para a importância da conservação, essas foram as principais linhas de ação desenvolvidas no primeiro ano de atividades do Projeto Mangues da Amazônia.
O engenheiro de pesca, John Gomes, está à frente do projeto. Para ele, o principal objetivo é mobilizar atores para o uso sustentável do ecossistema, essencial à qualidade de vida das comunidades. “Geramos conhecimento para essas pessoas. Apostamos que elas são as guardiãs do manguezal e propulsoras do conhecimento passado”, explicou.
As ações foram responsáveis pela capacitação de 90 jovens no município de Bragança, conhecido por ser o maior polo pesqueiro do Pará, com grande atividade pecuária, agricultura e extrativismo de caranguejos. Já em Tracuateua, outros 30 jovens se formaram com a ajuda do Mangues da Amazônia.
Dentro do plano, crianças entre três a doze anos puderam ter o primeiro contato com cartilhas e dinâmicas com informações sobre o manguezal, além de atividades com aulas práticas para observação da natureza, de forma a despertar a futura vocação como cientistas ou agentes ambientais em defesa do ecossistema onde vivem.
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