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Cesta básica em Belém já compromete metade do salário mínimo

Segundo o Dieese, somente este ano, a alimentação teve um aumento de 5,21%, mais que o dobro da inflação acumulada no período de janeiro a março. Óleo de cozinha, tomate e o feijão tiveram maiores altas

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Imagem ilustrativa da notícia Cesta básica em Belém já compromete metade do salário mínimo camera De acordo com o Dieese, o valor da cesta básica na capital paraense é de $586, conforme o levantamento nos supermercados | Antônio Melo - Diário do Pará

“O valor da diária de um trabalhador que recebe um salário mínimo por mês é de R$ 40,40. Com esse dinheiro ele compra somente um quilo de carne que será consumida somente num almoço da família dele. E os demais alimentos que precisam estar na mesa? E os outros dias, como ficará?”. Foi com este questionamento, que o técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), Everson Costa, abriu a explicação da mais recente pesquisa sobre o preço da cesta básica feita pelo órgão, em Belém.

O estudo – que foi divulgado, ontem (6) – aponta um aumento de 5,21% no valor da alimentação básica dos belenenses durante o primeiro trimestre (janeiro a março) deste ano. O acumulado é o dobro da inflação neste período, que é de 2% (INPC). “De fevereiro a março, a alta da cesta básica foi de 2% e Belém ficou entre as capitais com a alimentação mais cara do Brasil’’, reitera Costa. Nos últimos doze meses, o reajuste acumulado é de 13,6%.

Ovo de Páscoa concorre com preço da gasolina e carne

Segundo o Dieese/PA o valor da cesta básica na capital paraense é de R$ 586, comprometendo quase a metade de um salário mínimo (R$ 1.212). Para Everson, o cenário é de dificuldades para os trabalhadores paraenses. “Belém já vinha tendo uma trajetória de sucessivos aumentos de preços nos alimentos antes da pandemia. Veio a pandemia e a retomada gradual da economia, mas os preços continuam a subir e o rendimento salarial continua baixo”, observa.

O técnico explica que entre os fatores que contribuem para esta alta dos preços dos alimentos estão os custos elevados da produção e dos sucessivos reajustes nos preços dos combustíveis que deixam os fretes mais caros. Cerca de 60% dos alimentos que vão para a mesa das famílias em Belém vem de outros estados.

Preço dos alimentos também vai subir no Pará

VARIAÇÃO

O Dieese lista doze alimentos como os mais básicos e necessários na cesta dos paraenses. Entre fevereiro e março deste ano, todos os itens apresentaram aumento de preços, sendo o tomate o maior vilão, com um reajuste de 6,57%, chegando a custar R$ 8,60, o quilo. Na sequência tem o óleo de cozinha, com uma alta de 2,81% (e custando R$ 9,87 a garrafa de 900 ml), a farinha com 2,58% (R$ 7,17, o quilo) e o feijão com 2,35% (sendo vendido a R$ 6,97, o quilo).

Na variação de preços no primeiro trimestre deste ano, o óleo de cozinha foi o que apresentou a maior alta, de 9,42%. O quilo do tomate disparou 9% no preço e o açúcar 8,41%. O café e o feijão seguem a lista dos maiores reajustes ao longo dos três primeiros meses de 2022. O acumulado chega a 7,47% e 6,25%, respectivamente. A carne subiu de preço 4,81%.

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