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Canaã dos Carajás é a cidade que mais gera empregos

Segundo levantamento, houve aumento de 66% na geração formal, devido principalmente à atividade mineral. Outro município paraense que se destaca é Parauapebas, com maior quantitativo de vagas geradas.

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Imagem ilustrativa da notícia Canaã dos Carajás é a cidade que mais gera empregos camera Pesquisa mostra que Canaã dos Carajás gerou mais 7,3 mil vagas com carteira assinada em 20 meses. | Rodrigo Pinheiro/Ag. Pará

Com os preços das commodities em alta expressiva, impulsionados pelo bom momento do minério de ferro, que saltou 32,57% nas bolsas de valores no ano, graças aos estímulos promovidos pelo governo da China, o Pará tem a cidade campeã de geração de empregos do país: Canaã dos Carajás. Entre os 5.570 municípios brasileiros, a cidade paraense foi a que mais gerou empregos nos últimos 20 meses, de acordo com um mapeamento feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O levantamento foi realizado com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Segundo a apuração, Canaã dos Carajás apresenta elevado potencial na indústria extrativa mineral e foi o município com maior variação de ocupações no mercado de trabalho formal durante o período - 66% - o que implica em mais 7.370 novas vagas de carteira assinada geradas.

Parauapebas, outra cidade mineradora, também está no ranking de 20 cidades que tiveram maiores variações na criação de vagas formais de emprego nos últimos 20 meses. O município é o 13º da lista com avanço de 24% (mais 12.067 novas vagas), e o que tem, em termos numéricos, o maior número de empregos gerados.

A lista elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo considerou aqueles municípios em cujo mercado local estavam empregados, em junho de 2020, pelo menos 10 mil trabalhadores formais e que apresentaram taxa de expansão do mercado de trabalho formal até fevereiro de 2022.

A maioria das cidades listadas no top 20 apresenta elevada vocação para turismo, como Porto Seguro, na Bahia, 2ª colocada no ranking, com avanço de 52% (mais 10.019 empregos formais criados. As três cidades seguintes são também vocacionadas ao turismo: Vacaria-RS, com 44% (7.164); Araruama-RJ, com 39% (5.019); e Ipojuca-PE, com 37% (7.452).

RETOMADA

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, observa que, no caso das commodities, a criação acelerada de postos de trabalho representa uma resposta à retomada econômica em 2021, diante de um contexto de obstáculos à manutenção da estrutura produtiva em nível global observada antes do início da pandemia. Já sobre as cidades turísticas, o presidente lembra que os reflexos negativos resultantes da fase da crise sanitária foram mais duradouros para o conjunto de atividades que compõem o segmento.

Enquanto o saldo total do Caged acumulou perdas por quatro meses, entre março e junho de 2020, o setor de turismo registrou resultados negativos por sete meses, eliminando, em termos líquidos, 526,5 mil postos entre março e setembro daquele ano. “Considerando-se o atual contexto econômico, decorrente do arrefecimento da crise sanitária, é natural, portanto, que as atividades turísticas apresentem maior potencial de regeneração que a maior parte das demais atividades econômicas”, avalia Tadros.

O economista da Confederação Nacional do Comércio, responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, destaca que, sob diversas perspectivas, essa recuperação do emprego formal não ocorreu de forma homogênea. Entre os municípios brasileiros, por exemplo, 59% fecharam 2020 com mais admissões que desligamentos de trabalhadores nos respectivos mercados locais. Em 2021, esse percentual avançou para 86,2%. “Além das cidades turísticas, os municípios com vocação para produção de commodities tendem a continuar em evidência no cenário da oferta de emprego ao longo de 2022, na medida em que já havia uma tendência crescente de pressão sobre a cotação desses produtos com o início da recuperação econômica global, porém acelerada a partir da deflagração do conflito no Leste Europeu”, afirma o economista.

Bentes avalia que, após a criação de 2,76 milhões de vagas em 2021 – ano em que a economia brasileira cresceu 4,6% –, a perspectiva de avanço maismodesto do PIB em 2022 (+0,5%) deverá levar à geração de menos postos de trabalho. Diante desse cenário, a CNC projeta para este ano um saldo positivo de 1,61 milhão de vagas formais.

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