Pipas: cuidados evitam acidentes com a rede elétrica

Abril está chegando ao fim e já é possível ver crianças e jovens começando a soltar suas pipas. Comuns nos períodos de férias escolares, quando as chuvas se tornam menos frequentes, as pipas, rabiolas e todas as outras variantes do brinquedo tomam os céus das cidades, mas é essencial tomar cuidados, pois o que deveria ser diversão, pode acabar se tornando uma tragédia.

Somente nos três primeiros meses de 2022, Belém registrou 192 casos de falta de energia elétrica devido ao uso de pipas de forma irregular, ou seja, próximo aos fios. Os bairros com maior número de registros de acidentes são: Guamá, Cremação, Terra Firme, Jurunas e Pedreira.

Título eleitoral: veja como regularizar sua situação

Igeprev dobra concessão de benefícios de janeiro a abril

Santarém aparece em segundo lugar, com 147 registros. Em outras cidades como Marabá e Castanhal, os números correspondem a 41 e 37, respectivamente. Os altos índices envolvendo uma das brincadeiras preferidas da garotada assustam.

Além das interrupções de fornecimento, os riscos à vida também preocupam, principalmente quando os jovens utilizam linhas com cerol (mistura de cola, limalha e vidro moído) ou a “linha chilena”. Fazer uso destes tipos de linha é considerado crime penal capitulado nos artigos 129, 132 e 278 do Código Penal Brasileiro, além do artigo 37 da Lei das Contravenções Penais.

Além disso, a formulação pode conter limalha de ferro, uma substância que provoca curtos-circuitos e choques. Esses tipos de linha também são um risco para ciclistas, motociclistas e a população em geral.

ORIENTAÇÕES

A concessionária de energia Equatorial Pará tem desenvolvido, ao longo dos anos, um trabalho de orientação para a prática correta da brincadeira. Entre as principais está a de empinar pipas longe de rede elétrica, em locais livres, onde não exista nenhum tipo de cabo de energia.

Para o executivo da Área de Segurança da Equatorial, Alex Fernandes, são inúmeros os problemas causados, tanto para quem está empinando pipa, quanto para quem não tem nada a ver com a brincadeira, que embora seja divertida, é arriscada se não for levada a sério.

“A interrupção do fornecimento de energia elétrica por conta das pipas ocorre por causa do rompimento dos cabos pelas linhas que usam cerol, também conhecida por chilena. As pipas ficam enroscadas nas redes elétricas podendo provocar desgastes nos fios, e levar a curtos-circuitos em dias úmidos. Além disso, a tentativa de resgatar uma pipa enroscada na fiação também pode provocar uma descarga elétrica de até 13.800 volts”, alerta.

CONSCIENTIZAÇÃO

Para alcançar o maior número de crianças e jovens sobre as orientações, equipes de técnicos da Equatorial Pará tem frequentado escolas e demais institutos de educação em todo o estado, promovendo a conscientização sobre os cuidados com a brincadeira e a rede elétrica e a distribuição de uma cartilha informativa.

"Ensinamos de forma lúdica e educativa, a fim de orientar e prevenir os acidentes com a rede elétrica. O livrinho tem este objetivo", comenta Elizabeth Macedo, técnica de Segurança no Trabalho da Equatorial.

Em resumo, a empresa faz uma série de recomendações. Confira a lista abaixo:

– Não solte pipas em canteiros centrais de ruas, avenidas, rodovias ou qualquer lugar onde exista fluxo de veículos;

– Linhas metálicas não devem ser usadas no lugar da linha comum. Nunca use cerol ou a linha “chilena”, elas são proibidas por lei e causam acidentes;

– Não utilize papel alumínio na confecção da pipa. É perigoso, pois este material em contato com os fios provoca curtos-circuitos;

– Caso a pipa enrosque nos fios, é melhor desistir do brinquedo. Tentar recuperá-la representa sério risco, assim como tentar remover a pipa com canos ou bambus;

– Não solte pipa em tempo nublado, principalmente se estiver com chuva. Ela pode funcionar como para-raios, conduzindo energia;

– Não é indicado subir nas lajes das casas para empinar pipa, qualquer distração pode causar uma queda;

– Tenha cuidado com ciclistas e motociclistas, pois as linhas não podem ser vistas e linhas de cerol ou reforçadas podem causar graves acidentes.

VEJA TAMBÉM:

Imposto de Renda no Pará: quase 315 mil ainda não declararam

Zara vai indenizar homem que foi acusado de roubar mochila