Você já teve aquela sensação de estar sendo seguido em uma rua totalmente vazia? Sentiu um arrepio subindo a espinha ao entrar em um quarto escuro ou ao abrir um armário? Já pensou que um parente ou amigo poderia se transformar em algo muito diferente do que você imaginava? E já notou como essas sensações de medo se intensificam logo depois que ouve ou lê uma história sobrenatural? Pois é! Esse é exatamente o objetivo do escritor e roteirista Walério Duarte, autor do podcast de terror e suspense “O Arquivista”, publicado semanalmente no DOLCast, a plataforma de podcasts do DOL, e no canal do portal no YouTube.
E é justamente para deixar uma pontinha de medo em você, que Walério agora investe na expansão do mesmo universo ficcional em que se passam as histórias de terror e mistério ambientadas na Amazônia. Trata-se da “Coleção O Arquivista”, uma série de e-books de terror que serão disponibilizados para os fãs do gênero na Amazon.
No melhor estilo pulp, a coleção traz histórias de civilizações perdidas, cidades encantadas, monstros, fantasmas, dimensões paralelas e todo tipo de eventos e criaturas sobrenaturais que a literatura fantástica consagrou ao longo do tempo. Cada e-book contém uma narrativa fechada e pode ser lido separadamente. Porém, com a leitura de todos os textos da série, mais a audição do podcast no DOL, você garante uma experiência completa. Uma imersão que vai permitir aos poucos montar um mosaico do oculto amazônico.
Isso porque tanto a série quanto o podcast fazem parte do mesmo universo. Um mundo onde uma sociedade secreta chamada “Ordem” estuda há séculos o sobrenatural amazônico; onde dimensões convergem para a Amazônia como em nenhum outro lugar, revelando eventos, entidades e criaturas fantásticas; e onde Arquivistas registram os relatos e as sabedorias adquiridas pela Ordem. É o que a cultura pop chama de “universo expandido”.
Vários personagens são recorrentes: Venâncio, um caçador de monstros impiedoso em busca de seu filho; o Acumulador, um escritor misterioso disposto a destruir a Ordem, expondo seus segredos; Taiaçu-Abá, um índio transmorfo criado pela Ordem, que se rebela e busca liberdade; Arquivistas obrigados pelo ofício a registrar os mais terríveis relatos, até que finalmente enlouquecem.
Além disso, novas lendas e um novo olhar sobre lendas urbanas e mitos clássicos do folclore brasileiro, especialmente da Amazônia, são a marca desse universo. Várias histórias são baseadas em relatos que o autor ouviu ao longo da vida.
“Mãe de Luto”
O primeiro e-book da Coleção O Arquivista traz a história de terror “Mãe de Luto”, baseada no podcast. Agora, porém, com uma abordagem mais literária do que aquela roteirizada normalmente produzida para as mídias audiovisuais. “Desde a primeira história que criei do personagem Arquivista, “O caso dos irmãos Tavares”, sempre pensei em termos de roteiro para áudio. Ou seja, é um trabalho mais distante da literatura e mais próximo das antigas radionovelas, com questões de ritmo da narrativa, postura de voz, sonoplastia, trilha sonora”, comentou o autor. “Agora, com os e-books, é um desafio completamente diferente. Mas as narrativas em si têm semelhanças fundamentais”, ressaltou.
No podcast, temos um Arquivista registrando em fita K-7 documentos e relatos sobrenaturais de um grupo chamado Ordem, que estuda o oculto amazônico há séculos, em busca de conhecimento e poder. Neste e-book, o leitor vai conhecer a história de Aline, uma mãe que perde sua filhinha durante um passeio no Comércio, bairro central de Belém. Num momento extremo de dor e sofrimento, ela tem uma visão de sua filha num lugar sombrio, mantida refém por uma entidade. Aline pode trazer a filha de volta, mas para isso precisa mergulhar no oculto amazônico.
Walério revela ainda que, apesar do podcast ser mais difundido, o conto veio primeiro. Uma versão de “Mãe de Luto” foi publicada na coletânea “Belém das Sombras”, organizada por Andrei Simões, da editora Pyro Books. No conto nasceram os conceitos que tecem as tramas do podcast. “Quem sabe, um dia, o Arquivista narre a história de Aline”, projetou.
O autor
Walério Duarte nasceu em 1973 e cresceu sentado de frente para a televisão ou com a cara colada em quadrinhos e livros. Suas inspirações vão de autores clássicos como Stephen King, Clive Barker e H. P. Lovecraft, até à nova geração de autores brasileiros, como Cesar Bravo, Marcos Debrito e Andrei Simões.
Em séries e filmes, buscou referências das mais diversas, como “Twilight Zone”, “Supernatural”, “Stranger Things”, “O Homem de Palha” e “Midsommar – O Mal Não Espera a Noite”. Nos quadrinhos, a pegada são suas leituras na infância: “Calafrio” e “Mestres do Terror”; e na adolescência: “Sandman”, de Neil Gaiman, e “Monstro do Pântano”, de Alan Moore. Tem também as histórias da sua avó. As mais apavorantes, porque eram “reais”.
Agradecimentos
Sobre o trabalho com o podcast “O Arquivista”, iniciado em janeiro deste ano, Walério aproveitou a oportunidade para agradecer as contribuições de alguns amigos roteiristas, como Adriano Barroso, Lúcia Tupiassú, o redator publicitário Bruno Silva e a amiga Dora Castellar.
“E um agradecimento mais que especial à equipe do podcast, a Haynna Hálex, minha diretora, sempre disposta a me ensinar o bê-a-bá do Instragram; ao Emerson Coe, ilustrador que barbariza com suas imagens, capturando com perfeição a essência dos episódios; Marcel Formigosa, o DJ Metralha, que dá vida, corpo e alma às minhas palavras; e ao nosso chefe, Mauro Neto, broderzão que me deu a mão, me tirou da minha caverna de ermitão digital e colocou meu trabalho para voar num mundo sem fronteira”, destacou.
Outros projetos
Atualmente, Walério Duarte também está na pré-produção da série de ficção criada por ele: “Lar Doce Lar”, produzida pela TV Norte Independente. O autor escreveu os roteiros em parceria com Alexandre Nogueira e Adriano Barroso, com quem também divide a direção ao lado de Arthur Santos e Pedro Afonso Sena. A produção executiva é de Abílio Martins. Wanda Correa assina a produção. Serão 10 episódios de 30 minutos cada.
A série é sobre Djalma, jovem publicitário de muito talento, que tem um rei na barriga e sonha em vencer na vida em São Paulo. Após dois anos, derrotado, Djalma volta para casa na periferia de Belém, de mãos abanando. Agora, precisa fazer as pazes com Magalhães, seu pai, Miguel, seu irmão adolescente, e com sua antiga turma de amigos. Além disso, Djalma tem que se virar no caótico mercado publicitário paraense. Mas o sonho de voltar para Sampa continua vivo.
“Lar Doce Lar” é uma dramédia que trata de segundas chances e da inquietação de uma pessoa que não se sente em casa na própria cidade onde nasceu. Alguém que entende que as oportunidades só estão lá fora, em outro estado, outro lugar. Uma inquietação comum, principalmente entre jovens.
Para acompanhar a produção e todos os projetos do autor, siga-o no Instagram: @walerio_duarte.
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