Os rodoviários da Região Metropolitana de Belém (RMB) decidiram pelo indicativo de greve, na noite de ontem, em caso de não serem atendidos pelo Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Belém (Setransbel) quanto à reivindicação de reajuste salarial, que envolve ainda o aumento do ticket alimentação e o repasse para clínica médica e centro de formação. A deflagração da greve pode acontecer na próxima segunda-feira (2), caso não haja acordo em uma última reunião entre a categoria e a patronal.
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De acordo com o Sindicato dos Rodoviários de Belém, a categoria pediu reajuste de 15%, mas a direção do Setransbel fez uma contraproposta de 3,5% sobre o salário e outros 3,5% no repasse da clínica médica. “Essa contraproposta da patronal excluiu as nossas outras demandas, e o principal, é bem abaixo do nosso percentual, uma vez que nossas perdas salariais, entre todos os benefícios, ultrapassam mais de 12%. Por isso que a categoria, na noite de hoje (ontem), não aceitou e que votou ainda pelo indicativo de greve”, disse Altair Brandão, presidente do Sindicato.
Ainda de acordo com o Sindicato, a contraproposta da patronal inclui ainda outras perdas, como a troca do pagamento de horas extras pela criação do banco de horas e até o fim da função do cobrador urbano. “Nos micro-ônibus já não existem cobradores e são os motoristas que atendem os passageiros. Dessa forma, a função corre risco de extinção e vai gerar demissões”, denunciou Brandão.
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Para a entidade sindical, as próximas reuniões com a patronal definirão se haverá ou não a deflagração da greve. Os rodoviários afirmam que não desejam parar, devido à dificuldade imposta à população que depende do sistema. “Iremos ter reuniões com o Setransbel durante todos esses dias, até que seja apresentada uma proposta que agrade a categoria. Mas, se até a próxima segunda-feira (2), quando haverá a última reunião com a patronal, não formos atendidos, entraremos em greve”, concluiu Brandão.
SETRANSBEL
Através de nota, o Setransbel informou que a proposta de reajuste apresentada aos rodoviários foi de 3,53% para salários e auxílio clínica. “Esta proposta se justifica pela proporcionalidade do que foi concedido na tarifa homologada pela Prefeitura de Belém, visto que nos últimos três anos, as operadoras obtiveram 11,10% de reajuste tarifário, e que neste intervalo de tempo houve a negociação de dois aumentos à categoria laboral (5,07% em 2019 e 2,5% em 2020) totalizando 7,57%, tendo como diferença os 3,53% propostos aos rodoviários”, explica a entidade.
“No que tange ao Ticket Alimentação não foi proposto reajuste, pois nesse mesmo período o sindicato patronal já havia concedido 12,57%. O que representa um percentual maior que o reajuste da tarifa”, segue a nota.
Na nota, o Setransbel ressalta que “está tentando criar alternativas para viabilizar a sobrevivência do sistema a partir da proposta de novas cláusulas, e que, “caso se concretizem as desonerações e subsídios prometidos pela Prefeitura de Belém, concederá novos reajustes proporcionais à classe dos trabalhadores”.
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