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Mercadinhos: comodidade e história para contar

Estabelecimentos não só resistem ao tempo, como estão em crescimento no país.

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Imagem ilustrativa da notícia Mercadinhos: comodidade e história para contar camera Manuel revela que tem clientes fiéis desde 1988 | Mauro Ângelo / Diário do Pará

Os tradicionais mercadinhos de bairro ganharam maior importância para os consumidores nos últimos anos. É o que diz uma pesquisa realizada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), que aponta um crescimento de novos negócios relacionados ao comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios, como minimercados, mercearias e armazéns, entre os anos de 2018 a 2021. O destaque ficou por conta do período pandêmico, compreendido entre 2020 e 2021, quando o número de novos empreendimentos cresceu 12%.

Dentre as novas empresas abertas, os Microempreendedores Individuais (MEI) ganharam notoriedade, já que o número de empreendimentos formalizados saltou de um pouco mais de 38 mil em 2018 para 56.371 no ano passado. Do total de 78.434 postos de trabalho em 2021, entre as micro e pequenas empresas do setor, os mercadinhos, minimercados e armazéns despontaram como 8º lugar no setor com mais de 29 mil vagas de emprego.

De acordo com a pesquisa do Sebrae, as restrições da pandemia, principalmente durante o lockdown, foi o motivo central para a acelerar algumas mudanças no setor, como a implantação do serviço de entrega. Outro motivo conjunto foi a alta dos preços dos alimentos atrelada com ao valor do combustível que fez com que os minimercados se expandissem.

NECESSIDADE

O Mercadinho e Padaria Picanço, localizado na esquina da travessa Pirajá com Comendador Pinho, no bairro da Sacramenta, está em atividade desde 2017. O empreendimento foi construído para atender a necessidade da população do entorno, que até então não tinha opção de compra de produtos mais básicos. No local, a variedade de produtos chama a atenção e vão desde artigos de costura até seção de frios.

“Esse mercadinho de bairro foi criado por conta da necessidade do pessoal daqui. Hoje em dia, principalmente com a pandemia, se viu muito a necessidade de ter algo próximo tanto que nesse período a gente só conseguiu sobreviver por conta do delivery [entrega]. Devido à questão dos atacados que aumentaram muito, para se diferenciar a gente foca no atendimento. O cliente não quer só o trabalho de entregar tudo e acabou. Ele conversa, ele quer falar do dia dele e a gente tem que tá disposto a ouvir e ajudar com o que ele quer”, afirma Emanuele Marvão, uma das proprietárias do mercadinho.

Manuel Raimundo de Oliveira, de 68 anos, é o dono do conhecido Mercadinho do Bigode, na travessa Pirajá. Em 1988, o empreendimento deu início as atividades no local como uma saída para o comerciante após ficar desempregado. A taberna é a fonte de renda principal desde então e auxiliou na criação dos filhos. Durante a pandemia, o comércio continuou aberto, mas só recebia os clientes com máscara. Apesar de ter sido a fonte de sustento da família de Manuel, atualmente, com a concorrência dos grandes atacadões, o movimento tem diminuído e o público principal do comerciante tem sido os moradores bem mais próximos ao estabelecimento.

Segundo Manuel, até hoje o carro-chefe é a venda da farinha torrada. “Hoje em dia está mais difícil, tem muita concorrência. Por semana eu vendia de dez a doze sacas da farinha de Irituia. Nesse tempo não tinha comércio, não tinha armazém aqui por perto. Mas eu já tô aposentado, o que eu ganho aqui ainda dá pra ajudar os filhos. Aqui tem tudo do básico que a pessoa precisa, mas o forte mesmo é a farinha. O pessoal vem aqui pra comprar só aquelas coisas que estão faltando em casa. Eles não vão no supermercado comprar cinco ou seis ovos, então compram tudo aqui que é praticamente o mesmo preço e lá ainda vai enfrentar fila. Mas aqui o pagamento é só da forma tradicional, ainda não tem pix por teimosia minha”, conta.

Consumidores aderem as facilidades de preços e localização dos mercadinhos
📷 Consumidores aderem as facilidades de preços e localização dos mercadinhos |Mauro Ângelo / Diário do Pará

Devido à questão dos atacados que aumentaram muito, para se diferenciar a gente foca no atendimento. O cliente não quer só o trabalho de entregar tudo e acabou. Ele conversa, ele quer falar do dia dele e a gente tem que tá disposto a ouvir e ajudar com o que ele quer”, Emanuele Marvão, comerciante.

No bairro do Telégrafo, o Mercadinho e Lanchonete do Edir funciona há 18 anos até meia-noite para atender os clientes da região. O proprietário, Edir da Silva, 57, diz que a diferença do mercadinho de bairro em relação às grandes redes de supermercados é a proximidade com o cliente. No local, a maior saída é pelas bebidas e os cigarros vendidos a unidade.

“Eu já fui em supermercado comprar alguma coisa pra cá que tava faltando e eu cheguei lá e tava mais caro que aqui. Agora aqui não tem muita diferença de preço, mas tem muita gente que mora por aqui que não vai num supermercado para entrar em uma fila, então ele compra aqui com a gente. Durante a pandemia, a gente trabalhou com delivery tanto aqui como no meu lanche aqui na frente. Até hoje, se alguém liga à noite, o entregador vai lá e entrega. Hoje aqui já aceita até cartão e pix”, afirma Edir.

Edir revela que teve que se adequar ao pix
📷 Edir revela que teve que se adequar ao pix |Mauro Ângelo / Diário do Pará
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