Usar veículo particular no dia a dia está cada vez mais caro, principalmente para quem precisa do carro ou da moto para trabalhar, é o que aponta um levantamento recente divulgado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), que registrou aumento no valor médio do litro da gasolina pela terceira semana seguida.
Entre os dias 10 e 16 de abril, o valor cobrado nas bombas dos postos espalhados pelo estado, por exemplo, era de R$ 7,30 por litro do produto. Uma semana depois, entre os dias 17 e 23 do mesmo mês, passou a custar R$ 7,33. Por fim, entre os dias 24 e 30, o consumidor precisou desembolsar R$ 7,34 para abastecer o veículo.
Gasolina caríssima muda rotina de motoristas em Belém
Fábio Pacheco, de 42 anos, sente na pele os diversos aumentos neste insumo, já que a principal renda do motoboy é tirada em cima da moto. “Antes, com R$ 65 eu enchia o tanque da minha moto e conseguia trabalhar tranquilamente. Hoje eu preciso pagar R$ 100 para ter a mesma quantidade de combustível”, lamentou.
“A cada dia que passa eu sinto que fica inviável seguir com o trabalho que tenho hoje, pois tem dia que não compensa e acaba sendo mais gastos do que lucro. Por enquanto vou avaliando, mas sigo firme e forte pois preciso levar o sustento para a minha casa e por enquanto essa é a única forma”, completou o motoboy.
Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), os preços elevados somam-se à disparada recente do dólar ante o real. Em abril, o IPCA-15 teve uma alta de 1,73%, contra 0,95% em março. Apesar da forte aceleração, ficou abaixo da expectativa em pesquisa com uma taxa de 1,85%.
Dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstram que o valor do combustível em abril deste ano foi o mais elevado desde 1995, com 1,95%. Esses números representam ainda a maior variação mensal do indicador desde fevereiro de 2003, que marcou uma alta de 2,19%.
TRANSPORTE
Outro fator para o encarecimento da gasolina está nos custos do transporte pelo Brasil, que aceleraram com força em abril de 3,43%, contra 0,68% em março. Isso se deu principalmente pelo aumento de 7,51% no preço da gasolina, reflexo do reajuste no preço médio nas refinarias, destacou o IBGE.
Também subiram os preços do óleo diesel (+13,11%) e do etanol (+6,60%), entre os dois meses. No leva e traz de passageiros, o taxista Marcelino Nunes, de 53 anos, precisa abastecer o carro todos dias para trabalhar. O profissional afirma que adotou diversas estratégias para não ficar no vermelho no final do mês.
Para Marcelino, nessas horas a inteligência fala mais alto. “Eu sempre faço uma pesquisa de melhor preço antes de colocar a gasolina no meu carro. Outra estratégia é: não fico rodando procurando clientes como eu fazia antes. Hoje eu fico parado no ponto esperando ser chamado, pois assim não fico queimando gasolina”, descreveu.
Diante do alto custo mensal, Rafael Borges, de 31 anos, abriu mão de trabalhar como motorista de aplicativo e voltou a exercer a profissão de padeiro. “Eu estava trabalhando para manter um carro e o preferi dar um tempo para ver se as coisas melhoram”.
PREÇOS
Na tarde de ontem, 5 de maio, a equipe do DIÁRIO DO PARÁ percorreu alguns postos de gasolina localizados nos principais bairros de Belém, conhecidos pelo grande fluxo de clientes. O menor preço encontrado pelo litro da gasolina foi de R$ 6,95 e o valor máximo foi de R$ 7,98 (14,20% de diferença).
Em relação ao etanol, o menor valor registrado foi de R$ 5,88 e o mais caro custando R$ 6,06 (3,06% de diferença). No caso do diesel, vale ressaltar que a maioria dos estabelecimentos só vende o produto aditivado, ou seja, o levantamento separou os mais baratos e o resultado foi: R$ 6,76 o mais em conta e R$ 7,69 o mais salgado.
O consumidor pode realizar o pagamento de três formas: em dinheiro ou débito, sem acréscimo de taxa no valor final do produto; ou no cartão de crédito, com acréscimo que pode chegar a 10% em cima do preço registrado na bomba. Alguns pontos ainda é possível parcelar o abastecimento ou pagar por meio de PIX.
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