Com incentivo do Governo do Estado, por meio da Sedap, agricultores familiares que produzem flores e plantas estão distribuídos em diferentes Regiões de Integração do Estado. O produto está entre os presentes preferidos para o Dia das Mães.
Conforme a Sedap, um dos 'mimos' mais procurados pelos filhos para o Dia das Mães ainda são as flores. A lembrança para marcar o segundo domingo de maio vai além de um buquê ou um botão de rosas. As plantas ornamentais compostas em vasos com decoração cada vez mais caprichada e criativa e os terrários também estão entre os preferidos dos admiradores da floricultura.
No Pará, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), aproximadamente 70% dos mais de 170 estabelecimentos que trabalham com a venda de plantas são de agricultores familiares.
Os dados sistematizados pelo Núcleo de Planejamento e Estatísticas (Nuplan) da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) com base no levantamento do instituto (tendo 2017 como ano-base) mostram que destes, 45,09% produzem plantas ornamentais em vaso, seguido dos que produzem plantas, flores, folhagens medicinais (39,88%) e mudas de plantas ornamentais (35,26%).
O valor de venda desses produtos no Estado registra R$ 6,16 milhões, sendo que 53,66% desse valor é procedente com a venda de gramas (3,30 milhões de reais), 17,34% com a venda de mudas de plantas ornamentais. Vale ressaltar que no Estado, aproximadamente 70% destes estabelecimentos são de agricultores familiares e movimentam em torno de R$ 1,34 milhões com a venda de produtos da floricultura. Os dados mostram que R$ 342 mil são consequência da venda de plantas ornamentais em vasos.
Paixão
Apaixonados por flores e plantas, os produtores e comerciantes Tim Penner, Deuza Aquino e Natalina Machado participam do Mini Festival de Chocolates, Flores e Joias da Amazônia realizado até o próximo domingo (8), no Polo São José Liberto. Eles dizem não ter dúvidas sobre a importância econômica do segmento. Nos dias que antecedem datas comemorativas como o Dia das Mães ou Dia dos Namorados, por exemplo, segundo relatam, a procura pelos produtos cresce bastante, como já é de se esperar.
Trabalhando há 20 anos com plantas em Santa Bárbara do Pará, na Região de Integração Guajará (Região Metropolitana de Belém), a agricultora familiar, Natalina Machado, acredita no crescimento do ramo.
Participante assídua dos mini festivais, ela trabalha junto com a filha na produção e comercialização de plantas. Dona de uma propriedade de 20 de frente por 250 de fundo, ela cultiva os mais variados tipos de plantas nativas da Amazônia. “Temos tropicais e outras variedades como laço de amor, begônia, costela de adão, entre outras da região”, explica.
Ela lembra que começou a trabalhar na roça e a partir dos anos dois mil passou a cultivar unicamente as plantas. “Fizemos cursos através do Sebrae e recebemos a orientação de trabalharmos com as plantas envasadas”, informa a agricultora. “As plantas e flores são um belo presente para dar às mães além de ser uma ótima terapia”, recomenda a agricultura aos filhos que ainda vão comprar a lembrança para o Dia das Mães.
Outro produtor que tradicionalmente participa do mini festival é Wilson Penner. Ele observa que a programação e demais eventos realizados pelo Governo do Estado dão um grande impulso para a divulgação e comercialização dos produtos. “É excepcional porque tivemos mais de dois anos de parada forçada por causa da pandemia, mas a gente começa a retomar e nos animar”, observa.
Tim Penner, como é mais conhecido o produtor, diz que o mercado de plantas está sempre prometendo, mas é necessário que ocorra mais organização efetiva da cadeia. “Alguma coisa faz com o que o ciclo não feche e a gente acaba ficando mais disperso no final das contas; é um mercado crescente, o que você colocar para a venda é bem aceito, se tiver uma organização, contato com cliente, ponto de venda, o produtor vende tudo que produz”, sugere Penner que há 15 anos atua no segmento.
Diversificação
A coordenadora do programa de floricultura da Sedap, Dulcimar Melo, que também coordena o mini festival, ressalta que no Estado a produção de flores e plantas ocorre em diferentes regiões de integração, segundo o estudo mais recente do IBGE. Ela explica que o levantamento do instituto sistematizado pelo Nuplan/Estatística da Sedap, descreve que Belterra e Santarém (Região de Integração do Baixo Amazonas), Marabá (Região de Integração Carajás), Cametá (Região de Integração do Tocantins) e Santa Izabel (Região de Integração do Guamá) concentram 53% desses agricultores que trabalham com flores e produtos derivados da floricultura.
A engenheira agrônoma explica que a Sedap mantém constantes contatos através de reuniões com os produtores de plantas para estimular o mercado que cada vez mais está se diversificando. Programações como os mini festivais e o festival em si, realizado tradicionalmente no segundo semestre e que por conta da pandemia não ocorreu nos últimos dois anos, aparecem como um estímulo para a comercialização de plantas que são produzidas em diferentes municípios do Estado.
Com relação ao valor de vendas dos produtos nos municípios do Estado,conforme mostra o IBGE, o município de Castanhal, na Região de Integração do Guamá, aparece como destaque, registrando R$ 2,02 milhões (32,88% do valor global do Estado), seguido de Vigia, localizada na mesma RI (Guamá), com R$ 533 mil (8,66%), depois Santarém com o registro de R$ 336 mil (5,46%) e Santa Izabel do Pará (PA) com R$ 274 mil (4,45%).
Terapia
A engenheira agrônoma, Deuza Aquino, que há dois anos trabalha com plantas ornamentais e ervas, tem um viveiro de engorda, ou seja, adquire as plantas e mudas pequenas e no espaço localizado no bairro do Tenoné, ela troca de vasos e faz os demais procedimentos, como troca de adubo, para o crescimento da planta.
“O consumidor quer uma erva bonita e que já esteja dando o fruto, ou seja, a folha, como de hortelã para suco, japana para banho e manjericão”, ressalta. Apesar do forte do seu negócio ser as ervas, ela também trabalha com plantas ornamentais, em especial as nativas como as mosteras, bougainville, onze horas, terezinha, cactos, suculentas, entre outras.
“A planta por si só já é uma terapia, principalmente as ervas que emitem aromas; é um mercado gratificante, pois a gente produz e entrega ao consumidor e quando ele adquire, não está comprando só a planta, mas o afeto, o trabalho, uma conversa futura, pois muitas das vezes esse consumidor entra em contato com a gente para tirar dúvidas além de voltar para comprar outras plantas; é um excelente presente para o Dia das Mães”, destaca a engenheira agrônoma.
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