Flávia Martins, 29 anos, trabalha como motorista de van há mais ou menos cinco anos. Durante todo esse tempo levando e trazendo passageiros em Belém, o maior desafio tem sido na hora de administrar as constantes altas no preço do diesel para não repassar o custo ao consumidor final.
“Temos que compreender que o passageiro também sente no bolso, pois no final tudo sobe de preço. Hoje, cobro R$ 3,50 a passagem por pessoa, mas as outras vans já estão com a placa de R$ 4. Essas altas colocam a gente em uma situação difícil e uma hora não tem como segurar, aí o reajuste vem”, lamentou Flávia
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A motorista não sabia, mas nesta semana a Petrobras anunciou mais um reajuste no preço do diesel, desta vez de 8,87% para as distribuidoras. De acordo com a empresa, o preço do litro do combustível no atacado passou a custar em média R$ 4,91, antes era vendido a R$ 4,51 por litro, ou seja, um aumento de R$ 0,40.
Segundo a empresa petroleira, esse é o primeiro reajuste do combustível em 60 dias, o último foi no dia 11 de março. Ao justificar, a companhia informou que há dois meses a elevação refletiu apenas uma parte observada nos preços de mercado e o novo reajuste é para evitar um desabastecimento do combustível.
Mas, para quem depende diariamente do insumo, a resposta da estatal não foi convincente. “Os aumentos são constantes, mesmo com esse hiato, a cada mês somos penalizados. No final, o custo do combustível, mais a manutenção do carro, vai para mais de R$ 1 mil reais só de gasto mensal”, completou Flávia Martins.
BALANÇO
Entre os dias 1º e 7 de maio, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) realizou uma pesquisa com o objetivo de criar uma trajetória do preço do litro do diesel em solo paraense. Ao todo, a ANP visitou 73 distribuidoras espalhadas em 14 municípios no estado do Pará.
A cidade de Alenquer, no Baixo Amazonas, liderou a lista com o produto mais caro no Estado, em média de R$ 7,42. Seguido pelos municípios de: Conceição do Araguaia (R$ 7,31); Marabá (R$ 7,23); Paragominas (R$ 7,20); Altamira (R$ 7,18); Redenção (R$ 7,14); e Xinguara (R$ 7,12).
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Já o preço mais em conta registrado pela ANP pode ser encontrado na cidade de Itaituba, por apenas R$ 6,55 o litro do diesel. Seguido por Ananindeua (R$ 6,59); Castanhal (R$ 6,77), Abaetetuba (R$ 6,81); Cametá (R$ 6,86); Santarém (R$ 6,91); e, por fim, Bragança (R$ 7,03).
Outro motorista de van que reclamou dos preços foi Franco Damasceno, de 44 anos. O autônomo começa o trabalho pela manhã e só para à noite, sempre realizando o itinerário Belém/Benevides. Em média, Damasceno chega a tirar R$ 200 reais por viagem.
Para chegar a esse valor, ele não conseguiu segurar o preço antigo da passagem por muito tempo. “Não dá para cobrar menos que R$ 4, senão, chega uma hora que ficamos com a sensação que trabalhamos de graça. Infelizmente, com essas altas, ficamos com as mãos atadas”, concluiu Franco.
Litro do diesel em Belém varia de R$ 6,72 a R$ 7,79
Na tarde desta quinta-feira (12), a reportagem do DIÁRIO percorreu algumas distribuidoras de combustíveis em Belém e realizou um balanço do preço do diesel oferecido na bomba. Vale ressaltar que a maioria dos estabelecimentos só vende o produto aditivado.
Ao todo, foram dez estabelecimentos visitados e o menor preço encontrado pelo litro do diesel foi R$ 6,72 e o valor máximo foi de R$ 7,79 (uma diferença de 15,92%). Com base em todos os valores computados, a média oferecida para o consumidor final gira em torno de R$ 7,36.
Em alguns estabelecimentos, o consumidor tem a opção de parcelar o abastecimento, no entanto, o pagamento realizado no cartão de crédito sofre um reajuste que pode chegar a 10% em cima do preço registrado na bomba. Outras formas de pagamento: dinheiro, débito ou via PIX não têm taxa adicional.
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