As calçadas de Belém estão obstruídas. O espaço, que é destinado exclusivamente ao passeio público, sem que tenha qualquer intervenção física que feche ou dificulte a passagem dos pedestres, está cheio de entulho, placas de propagandas e até mesas e cadeiras de restaurantes.
objetos muitas vezes ocupam toda a área de passeio e atrapalham a passagem dos pedestres que precisam desviar dos obstáculos dispostos na calçada. O desnível e a danificação da área ainda são um perigo para os idosos que, muitas vezes, já têm a mobilidade comprometida. A ausência do piso tátil na maioria das vias da cidade também prejudica quem tem a visão comprometida.
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Uma equipe do DIÁRIO percorreu as ruas da capital e registrou problemas relacionados a obstrução das calçadas. Por toda cidade foi possível perceber a falta do piso tátil, faixa destinada a orientar as pessoas que possuem deficiência visual.
A presença da ferramenta se restringe a vias específicas no centro da capital, como na avenida Generalíssimo Deodoro, no bairro de Nazaré; a avenida José Malcher, entre Nazaré e bairro de Fátima; e Conselheiro Furtado, a partir da Quintino Bocaiuva. Ainda assim, as guias estão muito desgastadas, já sem a pintura, e, muitas vezes, danificadas, além de presentes em frente a alguns prédios comerciais, farmácias e empresas de grande porte.
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Outro problema comum é a ocupação da calçada pelos mais diversos estabelecimentos. Na travessa 9 de Janeiro, esquina com João Balbi, os clientes de uma lanchonete tomavam conta de grande parte do passeio, restringindo a locomoção dos pedestres, além dos banners no estilo bandeira de propaganda fincados na ponta da calçada e outra placa presa ao poste, indicando o chaveiro. Já Domingos Marreiros, entre a Nove de Janeiro e Três de Maio, uma oficina mecânica utilizava o espaço de caminhada para realizar os serviços. Na área de passeio, os pneus estavam expostos tanto na ponta da calçada como encostados na parede do estabelecimento. Os pedestres que passavam pela área tiveram que apelar por caminhar pela rua.
PISO
No mesmo perímetro, a calçada estava totalmente danificada. Em alguns pontos não existia mais o calçamento, que foi substituído por pedaços de pedras e cacos de tijolos. O que restou da calçada ainda se encontrava tomado por matos e limo.
Na ocasião, os pedestres tinham que enfrentar o matagal e desviar dos buracos. Essa foi a situação em que se encontrava Francisca Bezerra, 70, que, primeiramente, teve de desviar para a pista por conta da borracharia e, depois, andar pela calçada quebrada. “É perigoso nessa situação que está, com as calçadas todas quebradas. A gente tem que ir para rua enfrentar o movimento com os carros. Belém está toda assim. Medo a gente tem, mas a gente também tem que caminhar, tem que ir para os lugares. Eu estou tentando chegarem casa”, comentou.
Empresas se apropriaram dos espaços
As placas de propaganda também tomam conta das calçadas. Na avenida Almirante Tamandaré, próximo a travessa Padre Eutíquio, por exemplo, uma placa foi posicionada no centro da calçada em frente a uma loja de roupas, atrapalhando a passagem. Em todo o perímetro da avenida Senador Lemos, principalmente em frente a revendedoras de veículos, as propagandas em formato de bandeiras se apropriam do espaço dos pedestres e até garrafões de água ficam no meio do caminho.
Na rua Antônio Everdosa, bairro da Pedreira, outro problema era bastante visível, apesar de não se resumir a essa parte da cidade. As calçadas estão totalmente desniveladas e os moradores da região tinham de andar constantemente subindo e descendo pelo passeio. Além disso, o mato e o lixo também tinham espaço reservado na área de pedestres.
A faxineira Maria de Jesus Coutinho, 65, é moradora da Pedreira há mais de 30 anos e reforça os problemas presentes na rua que mora há mais de dez. “Isso aqui é um perigo. Essas ruas estão todas assim, está muito complicado porque o pessoal joga lixo até na calçada. A minha irmã já caiu lá na Marquês por causa de lixo e, até hoje, eu nem gosto de caminhar por lá. Essa calçada aqui na frente de casa tá cheia de lixo, aí a gente ainda escorrega no limo, não é fácil. Essa rua já foi bonita, mas hoje em dia não tá não.
O pessoal bate açaí, bota o caroço aí na calçada, no meio da rua e quando chove os caroços ficam todos espalhados na rua, é muito arriscado a gente pegar uma queda. Pra lá tem umas calçadas uma maior que a outra, fica difícil andar em cima e embaixo o tempo todo. Às vezes não tem espaço na calçada e eu tenho que andar na rua. É uma imundície”, reclamou Maria de Jesus
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