Pelo menos 1 milhão de famílias cadastradas para receber o Auxílio Brasil aguardam resposta do Ministério da Cidadania sobre o direito de receber ou não a ajuda de R$ 400,00. Levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostra que o número pode ser ainda maior – cerca de 1,3 milhão – já que o governo federal faz sigilo sobre o número real de inscritos que aguardam na fila pelo direito de receber o benefício. Apesar de o governo federal ter anunciado em janeiro que não havia famílias na fila, no Pará, de acordo com os dados levantados pela CNM até fevereiro deste ano, 44.615 famílias aguardam na fila pelo benefício. O estudo mostra que essa demanda reprimida somava 169.101 em novembro do ano passado.
A CNM mostra que há uma alta concentração de demanda no ano de 2021, assim como um novo aumento de demanda no ano de 2022 nas regiões Sudeste, com os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, chegando a ultrapassar 1,224 milhão de famílias; em seguida a região Nordeste, com mais de 1,165 milhão de famílias, nos estados da Bahia e Pernambuco. Com relação à região Norte, o estudo destaca que o Estado do Pará tem a maior demanda.
O estudo realizado pela Confederação Nacional dos Municípios mostra que o total de pessoas que aguardam o repasse do auxílio no Brasil é de 2,4 milhões. Ainda de acordo com a CNM, a fila de espera se refere a famílias que preenchem os requisitos, que estão cadastradas no CadÚnico, mas, no entanto, não foram incluídas no programa.
O levantamento da CNM informa que a fila do Auxílio Brasil nunca chegou a ser zerada, mas faltam, no levantamento, dados referentes a dezembro de 2021. Em novembro do ano passado havia 3,18 milhões de famílias que recebiam o Bolsa Família, programa criado pelo ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Em janeiro, quando o Bolsa Família foi substituído pelo Auxílio Brasil, houve redução, segundo o estudo da CNM, de 86,4% no número de famílias à espera do benefício. Em fevereiro, de acordo com a Confederação, a fila voltou a subir, chegando a mais de 1 milhão de famílias, um salto de 142%.
Na divisão regional, 40% das famílias que aguardam na fila para receber o benefício estão no Sudeste, um total de 422.005 famílias. No Nordeste são 339.222 famílias, na região Sul 130.972; no Norte 85.395 e no Centro-Oeste 72.701. Ainda com relação à região Norte, o Pará concentra 52% das famílias que aguardam o direito de receber R$ 400,00.
EXTREMA POBREZA
O Auxílio Brasil é voltado para famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. Em março, o governo reajustou as faixas de rendas que definem essa condição. A da extrema pobreza passou de quem vive com R$ 100 por mês até R$ 105 por pessoa. A faixa da pobreza subiu de R$ 200 para até R$ 210 por pessoa O estado de São Paulo lidera o total de famílias na fila: são 204.455; seguido por Minas Gerais (103.171); Rio de Janeiro (94.957); Bahia (89.323); e Pernambuco (69.457).
A Confederação Nacional dos Municípios informa que usou dados do Cecad (Consulta, Seleção e Extração de Informações do CadÚnico), ferramenta que permite conhecer as características socioeconômicas das famílias e pessoas incluídas no Cadastro Único, como domicílio, faixa etária, trabalho, renda, entre outros. O Cecad permite também saber quais famílias são beneficiárias do Programa Bolsa Família e de outros programas sociais que usam o Cadastro Único como base para seleção de beneficiários, como o Auxílio Brasil a partir deste ano.
No Estado, um milhão de famílias recebem o pagamento do benefício
De acordo com o Ministério da Cidadania, são beneficiárias do Auxílio Brasil no Pará 1.151 775 famílias, de um total de 18,1 milhões no país. Os repasses seguem até 31 de maio. A previsão é que o pagamento total no Brasil chegue a R$ 7,3 bilhões neste mês.
A região com maior número de beneficiários, de acordo com o governo, é a Nordeste, com 8,5 milhões de famílias contempladas pelo benefício voltado para pessoas em situação de pobreza e de extrema pobreza. A região Sudeste aparece na sequência, com 5,2 milhões de famílias beneficiadas, seguida pela Norte (2,1 milhões), Sul (1,2 milhão) e Centro-Oeste (937 mil).
Cada família recebe pelo menos R$ 400. O tíquete médio é de R$ 409,51. Além do benefício básico, há rendas complementares de acordo com os perfis das famílias, como a Bolsa Esporte Escolar, a Bolsa de Iniciação Científica e a Inclusão Produtiva Rural.
“As famílias incluídas no programa federal permanente de transferência de renda também podem receber descontos na conta de luz (Tarifa Social de Energia Elétrica) e o Auxílio Gás, pago a cada dois meses. Em abril, 5,39 milhões de famílias receberam o Auxílio Gás”, informa o Ministério da Cidadania, sem responder, no entanto, qual é a demanda reprimida em cada unidade federativa.
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