Na última segunda-feira (23), o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, desobrigou o uso de máscaras em locais fechados através das redes sociais. A liberação foi concedida após estudo realizado pelo Departamento de Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), que apresentou estabilidade no cenário de pandemia da covid-19, mesmo com a flexibilização do uso da proteção em ambientes abertos na capital, no dia 14 de abril.
Segundo a infectologista Andrea Beltrão, a liberação do equipamento de proteção em ambientes fechados, neste momento, foi uma atitude correta do poder público do município. Mas, para a médica, a desobrigação da máscara em locais relacionados ao atendimento à saúde, como hospitais, consultórios e estabelecimentos de diagnóstico deve ser revista, já que nesses espaços circulam muitas pessoas que possuem fatores de risco.
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“Em relação a locais fechados, como supermercados e shopping, eu acho que por esse número de pessoas vacinadas a decisão foi correta. Só não ficou bem claro em locais específicos, como em estabelecimentos de saúde, lugares que tem muitos pacientes, pessoas com comorbidades. Mesmo que eu tenha tomado a vacina e não seja do grupo de risco, nesses locais tem muita gente circulando com comorbidades e eu posso estar carreando o vírus com poucos sintomas e levar para alguém que possa ter sintomas mais graves”, afirma.
Ontem (24), em espaços de grande aglomeração, muitas pessoas optaram por continuar usando o equipamento. Durante a tarde, em um shopping da cidade, localizado na travessa Padre Eutíquio, a maioria das pessoas ainda utilizavam o item facial, com algumas exceções, como o motorista Paulo Cézar Santos, de 47 anos, que aproveitou a revogação para deixar de usar pela primeira vez o acessório. Mesmo assim, ele dispunha de uma máscara para quando fosse entrar nas lojas. “Eu já tô sem máscara porque eu vi o prefeito autorizar e a gente já está cansado de usar isso, principalmente eu que se coloco alguma coisa próximo ao meu nariz me sufoca. Para mim, essa decisão foi uma bênção porque eu não via a hora de parar de usar a máscara porque me incomoda. Agora, com certeza, se eu tiver gripado eu vou usar. Eu tô andando com a minha máscara comigo por enquanto”, contou.
Já para Vicente de Paulo, 47, ainda não era momento de abrir mão da proteção. Isso porque os quatro integrantes da família se infectaram com o vírus ainda em 2020. “Como a gente veio trazer a nossa filha e a gente está em um ambiente que tem uma maior aglomeração de pessoas, resolvemos usar a máscara. Na minha opinião, em locais em que a gente vê uma aglomeração maior, como a gente não sabe se as pessoas têm alguma comorbidade, eu acho que a gente deveria usar até erradicar essa doença, quando não tiver mais nenhum caso da doença”, disse o microempresário. Polyana Souza, 37, que acompanhava o marido, também reforçou que não há previsão de deixar a proteção facial de lado, mesmo com todosdevidamente vacinados.
SUPERMERCADO
O cenário do uso do equipamento de proteção individual era semelhante em um supermercado localizado na avenida Alcindo Cacela, no bairro da Cremação. Entre as pessoas que estavam presentes, a maioria utilizava a máscara para fazer as compras, mas teve quem decidiu por não usar o acessório. Era o caso da professora de educação física Daiane da Silva, 35, que na ocasião já fazia as compras sem máscara.
Segundo Daiane, o item não era mais utilizado por ela em locais abertos desde a liberação da prefeitura, em abril, e já estava na espera da revogação em ambientes fechados da capital. “Hoje que eu já saí sem máscara, mesmo que já tivesse liberado lá fora. Agora que liberaram foi um alívio para mim. Agora se for em locais com muita aglomeração eu vou usar, caso não tenha muitas pessoas eu não uso mais, até porque eu já tomei as vacinas”, contou.
Apesar da decisão, a Sesma segue orientando o uso do equipamento para pessoas que possuam fatores de risco de agravamento da doença – imunossuprimidos, pessoas com comorbidades, mulheres grávidas e idosos acima de 70 anos, além de ser obrigatório para pessoas que apresentem qualquer sintoma gripal. A Prefeitura de Belém informou ainda que não vai publicar decreto sobre o fim da obrigatoriedade. “Com o anúncio, o município automaticamente é contemplado também com a última normativa do Estado, que orientou os municípios do Pará à flexibilização de acordo com o contexto epidemiológico de cada um”, disse, em nota.
De acordo com informações do relatório do Sistema de Monitoramento de Covid-19, o cenário epidemiológico da capital apresentou redução significativa de casos positivos, número de internação em leitos clínicos e ocupação de leitos de UTI, além da diminuição dos casos de óbito, de janeiro até maio.
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