No prazo mínimo de uma semana, será emitido o resultado que investiga a morte de oito macacos-de-cheiro, do Bosque Rodrigues Alves, em Belém. Os animais foram encontrados em dois diferentes pontos do espaço. Especialistas ainda não sabem a causa das mortes, no entanto, intoxicação e doenças virais, como raiva e febre amarela, não estão descartadas. As mortes representam 10% da população de macacos da área de preservação, localizada no bairro do Marco.

“Quando a gente recolheu os animais, não encontramos nenhuma característica aparente, sem escoriações, sangramento, aparência amarelada, apenas mortos”, disse Juliana Bittencourt, médica veterinária do Bosque. Segundo ela, os animais estavam divididos em dois pontos: próximo à Almirante Barroso com a Lomas Valentinas, e Almirante Barroso com a Perebebuí, pontos comuns em que os macacos têm contato com seres humanos. “Foram quatro de uma vez, depois mais quatro. São primatas não humanos e, por lei, devemos fazer a notificação à saúde pública”, acrescenta.

Veja também:

Macacos são encontrados mortos no Bosque Rodrigues Alves

Árvore do Bosque Rodrigues Alves cai e atrapalha pedestres

Materiais de quatro animais foram coletados e enviados para exame de zoonose, ou seja, analisar se a morte dos macacos foi provocada por doenças, como febre amarela e/ou raiva. A maioria era de machos. Os demais animais foram submetidos à necropsia, realizada pela Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), para tentar identificar possível intoxicação. A instituição deverá emitir laudo técnico no prazo mínimo de uma semana.

Ainda segundo a veterinária, atualmente, a população de macacos no Bosque gira em torno de 70 animais, sendo 8 a menos. “Todos eles geralmente morrem por velhice, têm uma vida média de 15 anos, mas como a característica deles é de serem elétricos, caso alguém veja comportamento diferenciado, a gente deve ser acionada para tirá-lo daquele quadro”, orienta a especialista.

O diretor do Bosque, Alexandre Mesquita, garante que campanhas serão intensificadas internamente e externamente, a fim de evitar o contato de pessoas com os animais na oferta de alimentos, pois ele trabalha com a hipótese de infecção intestinal, tendo em vista que a alimentação deles é feita com base de frutas e ração, duas vezes por dia. “A gente não sabe se foi por alimento ou fungos naturais, não sabemos de fato o que aconteceu, são vários fatores que podem ter levado esses animais a óbito. Foi algo pontual e a gente espera que não tenhamos mais óbitos no Bosque”, afirma.

MAIS ACESSADAS