O número de casos positivos de Covid-19 no Pará, segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sespa), aumentou em 157,59% nos dois últimos meses. Foram 941 positivados em maio e mais 2.424 novos diagnósticos no mês passado.

Diante da alta, a Sespa informa que o Estado segue incentivando a vacinação e que mais de 91,98% da população já foi imunizada com a primeira dose e 88,55% com a segunda dose. Os indicadores de números de internação de casos graves seguem estáveis.

Dados mais amplos do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) colocam o Brasil em uma situação delicada e de alerta, já que no último sábado (2), o índice ficou 65% acima do registrado há duas semanas no país, mesmo com o avanço da cobertura vacinal.

Eles venceram a Covid-19 e também mudaram de vida

Ao analisar junho, o Conass registrou 59.491 infecções, sendo que no mês anterior foram cerca de 40 mil casos positivos, crescimento de 46,23%. Em relação às mortes, foram contabilizados 99 e 170 óbitos, em maio e junho, respectivamente, alta de 71,71%.

Nos últimos dias, a curva de infecções segue em uma crescente similar à registrada na terceira onda da doença, no início de 2022. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde ressalta ainda que é preciso apenas 15% de variação para cima para o risco da pandemia ser classificado como alto.

TESTES

Os reflexos dos números apresentados podem ser vistos no Centro de Testagem da Covid-19 - Unidade de Referência Especializada (URE) - localizado na avenida Visconde de Souza Franco, bairro do Reduto. Por lá, o movimento tem sido intenso de centenas de pessoas em busca de testes.

Ansiosa pelo resultado, a autônoma Katia Sousa Santos, 60, explicou que o irmão começou a apresentar tosses constantes e resolveu levá-lo para “tirar a prova dos noves”. “Como já estava aqui, eu também resolvi realizar o teste, pois com o passar do tempo comecei a ficar ruim também. Agora é torcer para dar negativo.”

A Doméstica Lucideia Gomes apresentava sintomas leves
📷 A Doméstica Lucideia Gomes apresentava sintomas leves |Mauro Ângelo

Mesmo com sintomas considerados leves, quem busca a URE da Doca se mostra preocupado com a infecção, como é o caso da Lucideia Gomes, 55. A doméstica contou que a irmã trabalha no Centro Comercial de Belém e caso o resultado seja positivo, o contato com o público pode ser um dos fatores para a contaminação. “Tomamos todos os cuidados, mas infelizmente estamos sujeitos a contaminação”, declarou. “O que nos deixa mais preocupados nessa história é o fato de que moramos com duas pessoas idosas e precisamos nos preservar. Infelizmente não tem como deixar de trabalhar e corremos esse risco”, enfatizou Lucideia Gomes.

Tranquila, a professora Luciene Gomes, 49, revelou que já fez vários testes e todos deram negativo. “Vim pois algumas pessoas que tenho contato ficaram ruins. Mas estou confiante de que este será mais que não vou me preocupar, pois confio nas vacinas, inclusive estou em dia com todas, inclusive as de reforço”, admitiu.

Neste período, os distritos de Belém receberam seis pontos de testagem no total: quatro em Mosqueiro; um em Outeiro; e um na Ilha de Cotijuba. “Apesar da vacinação ter avançado, acompanhamos o comportamento da epidemia, e os testes fazem parte dessa estratégia. A detecção precoce de casos ajuda a melhorar a assistência”, comentou o diretor de Vigilância à Saúde, Adriano Furtado.

Serviço

Onde fazer teste

- Em Belém, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informou que há 36 locais da rede municipal para a realização de testes neste mês de julho, todos reabastecidos.

- Entre os pontos estão as Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), Hospitais de Pronto-Socorro e no Hospital Dom Vicente Zico, conveniado ao município, sempre das 8h às 17h.

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