Os cursos técnicos estão entre os meios mais rápidos para ingressar no mercado de trabalho. Estamos falando de um profissional que absorveu a teoria e a prática de um conteúdo em um tempo reduzido e está pronto para aplicar os conhecimentos adquiridos de forma eficiente. Para um mercado cada vez mais competitivo, exige-se que esses profissionais tenham atenção, preparo e, principalmente, visão para as tendências do futuro, independentemente da área de atuação.
O ramo da energia solar é um bom exemplo. Essa área tecnológica começou a ser pavimentada em 2012, quando a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) regulamentou o segmento de geração distribuída, permitindo que moradores que produziam energia através de geradores próprios pudessem trocar a energia da rede distribuidora de sua região. A partir daquele momento, nasciam duas perspectivas promissoras: os que imaginavam a possibilidade de economizar com uma fonte de energia renovável e os que enxergavam potencial para se aperfeiçoar profissionalmente e trabalhar no setor.
— Estamos falando de um mercado que continua crescendo. Daqui para 2040 o Brasil será referência em energias renováveis — avalia Jessica Moraes, engenheira eletricista e consultora em energia solar, formada em 2019 e que desde então tem dedicado os estudos e trabalhos quando o próprio conceito era recente em Belém.
Sim, o mercado de energia solar é recente, mas quando Jessica se formou, algumas instituições de ensino já ofereciam cursos de Sistema Fotovoltaico em Belém, a exemplo do Centro de Educação e Treinamento em Engenharia (Cete), localizado no bairro do Guamá. O curso possuía um cronograma de 32h que permitia que uma pessoa sem conhecimentos prévios na área compreendesse o sistema, seus componentes e funcionamento. O conteúdo era dividido em três etapas: teoria, software e prática.
— A teoria nivelava todo mundo, tratando de tópicos mais práticos. Uma pessoa sem conhecimento poderia absorver o assunto tranquilamente. A segunda etapa era introduzir os estudantes ao software responsável por auxiliar o planejamento de manutenção e instalação de um sistema fotovoltaico. Já a terceira etapa era a prática: os alunos treinavam a instalação com um telhado adaptado no chão — explica Marcelo Bordalo, professor do Cete, engenheiro de controle e automação e técnico em eletrônica.
O curso com foco em energia solar, do Cete, tem sido realizado desde 2016 e envolve dimensionamento, projeto e instalação. Foram mais de 700 pessoas formadas e que receberam a “Certificação de Qualificação Profissional em Energia Solar”. Em virtude da pandemia da Covid-19, o curso precisou ser adaptado para 28h, mas Marcelo garante que o conteúdo foi aperfeiçoado e está mais completo, didático e com uma linguagem acessível para ser absorvido por qualquer pessoa em qualquer lugar do país.
Curso de Energia Solar e as áreas de atuação
— É possível que qualquer pessoa trabalhe na área? Sim, é possível, mas eu aconselho a estudar mais do que apenas sugerem os livros e as apostilas. Faça uma capacitação. Um curso técnico em eletrotécnica ou uma graduação em engenharia elétrica ou engenharia ambiental, voltado para a energia renovável, se torna um diferencial — recomenda Jessica.
O curso foi concluído e o certificado está em mãos, então o que fazer? Atualmente, Jessica presta consultoria em energia solar em Belém e Região Metropolitana (um trabalho minucioso que consiste em elaborar, analisar e corrigir projetos), mas ter conquistado esse espaço profissional exigiu experiência e qualificação.
Uma de suas primeiras oportunidades de trabalho, em setembro de 2020, foi atuar em uma empresa pioneira no ramo na capital paraense e que hoje possui unidades também no interior do Estado. Essa experiência ofereceu a segurança necessária para cultivar a própria carteira de clientes, além de familiaridade com o mercado para adquirir a expertise que só pôde ter sido desenvolvida em campo.
Muito além da consultoria, é claro, o curso de Energia Solar possibilita outras áreas de atuação. Três em especial foram elencadas pelo professor Marcelo, bem como são as mais conhecidas: Instalador de Sistema Fotovoltaico; Projetista; e Vendedor.
Essas áreas de atuação podem ser naturalmente percebidas ao longo do curso pelos alunos, porém, o bom profissional precisa sair do básico para conquistar o próprio espaço entre os demais. Esse alerta é feito por Marcelo, que há 20 anos trabalha na área. O professor deixa suas singelas considerações para os futuros instaladores, projetistas e consultores da área de energia solar.
— A maior dificuldade que eu percebo em alguns que fazem o curso é que a pessoa ainda não tem o ‘feeling’. É preciso que você tenha conhecimentos de obras civis ou hidráulicas, entender de instalação elétrica, as normas das concessionárias (no nosso caso, da Equatorial) e, para estar completo, adquirir os certificados NR-10 e NR-35, que são ótimos investimentos, além de legalmente serem recomendados a depender da atuação. Se você não tem todos os conhecimentos necessários, sempre existe a opção de contratar quem tenha essas expertises — esclarece o professor.
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