Uma história com final feliz viralizou nesta quinta-feira (21), nas redes sociais da Grande Belém. Tudo começou quando um cliente de um motorista de táxi descobriu que o condutor trabalhava na companhia de três jabutis, dentro do carro, a fim de entregá-los para uma instituição que os devolvesse ao habitat natural. O cliente contou a história na rede social e ela teve grande repercussão.

Agora de manhã peguei um táxi para vir à repartição.

Eu de máscara, vidro fechado.

Em determinado momento bateu um cheio forte de merda, mas relevei.

Pensei: “deve ser da rua” e seguimos.

Só que, mais adiante, o cheiro persistiu e ficou ainda mais forte.

Fiquei intrigado.

— TANTO (@tantotupiassu) July 21, 2022

Ele descobriu os jabutis pelo cheiro forte dentro do veículo e questionou o motorista. Para surpresa, além de levar os jabutis no porta-malas, o motorista Nazareno Melo Duarte, disse que queria dar um outro lar para os jabutis porque “segundo diz a lenda, quem tem jabuti em casa, a filha não casa”, brincou o condutor.

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Os jabutis foram levados na tarde desta quinta-feira (21), à Diretoria de Fiscalização (Difisc) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), onde foram recebidos de forma voluntária e entregues de volta à natureza, no Parque Estadual do Utinga.

Os animais foram soltos no Parque Estadual do Utinga
📷 Os animais foram soltos no Parque Estadual do Utinga |Divulgação

“Por lei, faz parte da competência da Semas receber os animais silvestres e recuperar sua integridade física até o retorno ao habitat natural. Assim como os jabutis recém-chegados, a Difisc recebeu, somente neste primeiro semestre, mais de 200 animais silvestres que foram entregues por pessoas físicas e também resgatados de situações de cativeiros pelo Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), mediante denúncias e pedidos de resgate”, afirma o coordenador de fiscalização da Semas, Tobias Brancher.

Nazareno agora diz estar mais aliviado. “Eu acompanhei desde que eles estavam dentro do ovo. Fiz um canteiro para eles, mas eles ficaram grandes, chegaram até a fugir de lá (do canteiro), então resolvi ir atrás de um outro local para que eles pudessem viver. Eu estou muito satisfeito, feliz por saber que agora eles têm um lar, que é natural deles, para viver. Não tenho remorso algum. Quando se tem um animal que não é doméstico, é o melhor a se fazer”, contou Nazareno.

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A Semas envia os animais silvestres recebidos às instituições parceiras, como a Universidade Rural da Amazônia (Ufra) e Universidade Federal do Pará (UFPA), para avaliação veterinária. Após, é decidido o destino do animal, se estiver saudável e apto para viver em natureza, a alternativa é reintroduzi-lo em seu habitat natural.

Caso contrário, o animal é encaminhado para mantenedores parceiros da secretaria, como Mangal  das Garças, Bosque Rodrigues Alves, Museu Emílio Goeldi,  entre outros. Quando se trata de animais ameaçados de extinção, a Semas entra em contato com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela proteção dessas espécies.

SERVIÇO

A entrega de animais silvestres pode ser feita na unidade da Semas na avenida João Paulo II, nº 717, no bairro do Curió Utinga, em Belém, de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 12h.

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É preciso apresentar documento de identificação com foto, comprovante de residência e ser maior de idade.

Denúncias sobre criação de animal silvestre em cativeiro, maus tratos, caça e pesca ilegal podem ser feitas aos órgãos de segurança pública pelo telefone 181 ou pelo WhatsApp (91) 98115-9181.

O sigilo e o anonimato são garantidos. Os pedidos de resgates de animais devem ser realizados por meio de denúncias ao Centro Integrado de Operações (CIOP), pelo telefone 190.

Os animais foram soltos no Parque Estadual do Utinga Foto: Divulgação

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