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Quando as hepatites virais evoluem para câncer de fígado?

Exames monitoram funções hepáticas e da morfologia e contribuem para diagnóstico precoce.

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Imagem ilustrativa da notícia Quando as hepatites virais evoluem para câncer de fígado? camera Saiba como evitar o contágio com qualquer tipo de hepatite viral. | Reprodução

Considerada a maior glândula do corpo humano, o fígado é responsável por mais de 500 funções vitais, que ficam comprometidas quando o órgão é acometido por diferentes tipos de doenças. As inflamações, por exemplo, podem ser originadas pela obesidade, pelo uso de álcool, drogas, medicamentos, bem como por doenças autoimunes, contato com vírus, dentre outras razões. No grupo das hepatites virais, os vírus A, B, C, D e E figuram entre os riscos já conhecidos, sendo as três primeiras as mais frequentes no Brasil.

Com pouco mais de um quilo, o fígado é responsável por processar e armazenar nutrientes provenientes da digestão. É creditado ao órgão, famoso pela capacidade de regeneração, a produção de albumina, globulinas e fibrinogênio, proteínas essenciais ao organismo. Ameaças advindas de infecções, como as hepatites B e C, costumam ser silenciosas.

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“Muitas pessoas acometidas pela hepatite B conseguem se recuperar, mas há um percentual pequeno que não se cura, ou seja, cronifica e, posteriormente, podem desenvolver tumores. Portanto, é importante fazer exames que monitoram a rotina das funções hepáticas e, se algo for revelado, trabalhar com a hipótese de que o paciente pode ser portador de hepatite crônica”, explica o médico titular e chefe do Departamento de Cirurgia Abdominopélvica do Hospital Ophir Loyola (HOL), Paulo Soares.

Dados do Ministério da Saúde mostram que, entre os anos 2000 e 2021, mais de 700 mil casos de hepatites virais foram confirmados no Brasil. O vírus A acometeu 168.175 pessoas, cerca de 23,4% do total. Os maiores índices foram os de hepatite B (com 264.640, referente aos 36,8% dos casos totais) e os de C (com 279.872 casos, cerca de 38,9%), sendo esta última a maior causa de morte associada às hepatites virais.

Infecções silenciosas - Na hepatite A, o portador pode ter náuseas, vômitos, febre e apresentar mucosas amareladas. Já as hepatites B e C podem não apresentar sintomas, ou quando apresentam, é algo inespecífico, difícil de identificar. Elas são infecções silenciosas e esse fator compromete a detecção precoce da doença.

"Por isso, solicitamos exames que verificam se as enzimas hepáticas estão alteradas e, após investigação, podemos encontrar uma hepatite”, explica o cirurgião que, em 2013, chefiou a equipe médica responsável pelo primeiro transplante de fígado, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), da região Norte.

Vias de contágio - Relações sexuais desprotegidas, contatos com o sangue de infectados e o compartilhamentos de objetos contaminados (alicates de unha, lâminas de barbear, materiais não esterelizados para piercings e tatuagens) são algumas das vias de contágio dos vírus B e C.

“É importante alertarmos a população sobre a prevenção e os exames de rotina de função hepática, que são aqueles que monitoram as funções do fígado e que podem indicar se há algo de errado”, esclarece o médico.

Tratamento - Ao ser diagnosticado com hepatites B e C, o usuário deve procurar o serviço de saúde especializado de referência para dar início ao tratamento. Caso as hepatites tenham desencadeado a neoplasia, o oncologista pode orientar sobre quais ferramentas terapêuticas podem ser utilizadas no enfrentamento à doença.

“Após o diagnóstico do câncer, é providenciado a terapêutica adequada para cada caso. O paciente é acompanhado de perto para observarmos a resposta do tumor diante do tratamento instituído. Para os tumores no fígado, temos a intervenção cirúrgica, que trata da remoção do tumor. Há ainda aqueles tratamentos indicados para o controle, diminuição ou tratamento não cirúrgico, que são a quimioembolização, a radioembolização, a quimioterapia e a ablação por radiofrequência”, ressalta.

Como evitar o contágio com qualquer tipo de hepatite viral:

• Lave as mãos e mantenha bons hábitos de higiene;

• Lave bem os alimentos a serem consumidos crus;

• Beba somente água filtrada ou fervida;

• Use preservativos nas relações sexuais;

• Não compartilhe objetos perfurocortantes, como alicates de unha, pinças, lâminas; e

• Vacine-se. As hepatites A e B podem ser prevenidas com a imunização.

Hábitos que contribuem para a saúde do fígado:

• Evite substâncias hepatotóxicas, agressivas ao fígado, como bebidas alcoólicas. Segundo a Organização Mundial da Saúde, não existe dose segura para ingestão alcoólica. É como cigarro, não há quantidade aceitável que não ofereça riscos.

• Evite corantes artificiais usados em alimentos;

• Evite a obesidade;

• Priorize alimentos orgânicos e evite aqueles que sofrem ação de agrotóxicos, substâncias prejudiciais ao fígado;

• Praticar exercícios físicos; e

• Evitar, ao máximo, alimentos processados.

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