O Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM-PA) informou nesta terça-feira (25), por meio de nota, que vai investigar o caso do médico ginecologista e obstetra Allan Henrique Fernandes Rendeiro, de 65 anos, que intimidou um casal durante o parto de seu bebê para que declarassem voto em Jair Bolsonaro (PL), na semana passada, em uma maternidade de Belém.
"Diante da solicitação por parte da imprensa de manifestação deste Regional sobre o vídeo que circula nas redes sociais e, também, divulgado nos veículos de comunicação atribuído a um médico durante procedimento obstétrico em Belém, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará esclarece que efetivará todas as medidas legais previstas na Lei nº 3.268/57 e Resoluções do Conselho Federal de Medicina, a fim de apurar o fato", diz a nota, sem citar o nome de Allan Rendeiro.
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Ainda de acordo com o documento, a investigação do CRM-PA será conduzida sob sigilo.
"Ressaltamos que os procedimentos no âmbito dos conselhos de medicina tramitam sob sigilo, conforme artigo 1º, do CPEP", afirma a nota.
Dependendo do resultado da sindicância, o médico poderá assinar um Termo de Ajuste de Conduta (TAC). No entanto, caso o CRM-PA entenda que a situação ofereceu risco à integridade da paciente e que houve infração ética, o procedimento vira processo.
HOSPITAL SE MANIFESTOU
A situação envolvendo o médico obstetra Allan Rendeiro, que obrigou o casal a declarar voto em Bolsonaro enquanto filmava toda a cena com a câmera de seu celular, ocorreu na Maternidade do Povo, localizada na Rua Ferreira Cantão, no bairro da Campina. Após a repercussão negativa do fato, o hospital também emitiu uma nota de esclarecimento sobre o crime de assédio eleitoral ocorrido durante o procedimento médico.
No texto, a instituição faz questão de se posicionar contra a prática de campanha eleitoral por parte de qualquer um dos seus funcionários em suas instalações. "Primeiramente, importa destacar que a instituição Maternidade do Povo não aprova, bem como não permite que qualquer um de seus colaboradores realize campanha eleitoral dentro do estabelecimento", afirma a nota.
O documento também destaca que o profissional envolvido não integra o corpo médico contratado da maternidade.
"O Dr. Alan Rendeiro não é empregado da Maternidade, e nem plantonista. Apenas atende suas pacientes na maternidade, assim como diversos outros médicos que não possuem vínculo com o Hospital, e apenas exercem o direito de praticar a medicina em qualquer nosocômio que seja escolhido por seus pacientes, como preconiza e assegura o Conselho federal de Medicina".
Por fim, a direção da instituição reforça não ter recebido qualquer denúncia ou reclamação por parte dos pacientes atendidos por Allan Rendeiro. Apesar disso, encerra a nota garantindo que irá averiguar a situação.
"De qualquer modo, informamos que iremos averiguar e apurar os fatos denunciados, bem como adotar eventual medida cabível".
LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DA MATERNIDADE DO POVO:
Atendendo à solicitação de v.sas., vimos prestar informações sobre os questionamentos apresentados por este órgão de imprensa, acerca do suposta prática de campanha eleitoral, praticada pelo Médico Dr. Alan Rendeiro.
Primeiramente, importa destacar que a instituição Maternidade do Povo não aprova, bem como não permite que qualquer um de seus colaboradores realize campanha eleitoral dentro do estabelecimento.
Sobre o caso narrado, importante informar que tivemos conhecimento apenas pela notícia publicada por órgãos de imprensana data de hoje. Isso porque não houve qualquer reclamação, denúncia, ou mesmo registro de ocorrência por parte de quaisquer pacientes atendidos em nossa maternidade, seja em relação ao referido médico, seja em relação a qualquer outro.
O Dr. Alan Rendeiro não é empregado da Maternidade, e nem plantonista. Apenas atende suas pacientes na maternidade, assim como diversos outros médicos que não possuem vínculo com o Hospital, e apenas exercem o direito de praticar a medicina em qualquer nosocômio que seja escolhido por seus pacientes, como preconiza e assegura o Conselho federal de Medicina.
Assim, reiteramos que qualquer conduta que consista em campanha eleitoral, não só não é praticada, como não é tolerada por essa instituição, o que se confirma pelo fato de que, como dito antes, até a presente data, não recebemos qualquer reclamação ou denúncia de pacientes nesse sentido.
De qualquer modo, informamos que iremos averiguar e apurar os fatos denunciados, bem como adotar eventual medida cabível.
A Direção"
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