Há quase quatro meses, após o corte de impostos federais e estaduais, além da redução de preços nas refinarias, os condutores de veículos automotivos comemoravam a redução do valor do litro da gasolina. Afinal, a queda significou ao bolso do consumidor relevante economia, uma vez que o preço do produto, que antes custava acima de R$ 7 em alguns postos de Belém, passou a ser comercializado, em média, a R$ 4,30 o litro. No entanto, nas últimas duas semanas, os postos de combustíveis da capital voltaram a registrar aumento de preço no litro médio da gasolina, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).

No primeiro cenário pesquisado, entre os dias 9 e 15 de outubro, o valor médio cobrado no Pará era de R$ 4,57, com o menor preço a R$ 4,37 e o maior a R$ 4,99. Já na semana seguinte, de 16 a 22 de outubro, o litro da gasolina nas bombas foi comercializado a R$ 4,63, com o menor preço do produto a R$ 4,38 e o mais caro novamente a R$ 4,99.

A ANP pesquisou especificamente os postos de gasolina de Belém, que também registrou aumento do produto. Na pesquisa do primeiro cenário, o preço médio do litro ficou em R$ 4,61, enquanto que no segundo estudo saltou para R$ 4,66.

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O DIÁRIO percorreu alguns postos da capital e encontrou preços bem mais altos em relação ao valor médio do litro da gasolina na pesquisa da ANP.

Em um posto de combustíveis localizado na avenida João Paulo II, esquina com a travessa Lomas Valentina, no bairro do Marco, por exemplo, o preço da gasolina custa ao consumidor R$ 4,79 em pagamento à vista, enquanto que na venda no cartão de crédito, o valor sobe para R$ 5,89. A mesma projeção de preços foi registrada nos demais postos pesquisados, que indicam que aos poucos a gasolina voltou a aumentar de preço.

A situação começou a preocupar os proprietários de veículos automotores, uma vez que sabem que os custos com o abastecimento vão apertar o orçamento mensal. “Estava bom demais para ser verdade. Mas, bem que avisaram que essa redução teria tempo de validade, que cedo ou tarde os aumentos voltariam e já começou, já que semana passada vim abastecer e estava um preço, e hoje (ontem), está 20 centavos mais caro”, reclamou Roberto Diniz, 35, professor.

O aumento da gasolina preocupa principalmente quem usa o veículo como meio de trabalho. Os motoristas têm de buscar novas estratégias para abastecer. “A gente queria mesmo que o preço reduzisse mais, estava tão bom para gente que trabalha de aplicativo. O jeito é procurar encher o tanque antes que tenha aumentos maiores, e dizem que é o que pode acontecer após as eleições. Então, vou ficar atento a isso, porque se acontecer mesmo vai ficar difícil igual quando o litro estava custando quase R$ 7”, comentou Pablo Miranda, 29, que trabalha como motorista de aplicativo de mobilidade urbana.

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