Na tarde desta terça-feira (8), a prefeitura de Belém coordenou uma operação para a retirada do acampamento montado por bolsonaristas golpistas em frente ao quartel do 2º Batalhão de Infantaria de Selva (2º BIS) do Exército, em Belém. Eles estão no local nove dias, impedindo a população ir e vir pela calçada e ainda bloqueando a acesso de ciclistas na ciclofaixa do canteiro central da Avenida Almirante Barroso.
O ato antidemocrático defende um golpe militar e de Estado porque o grupo não aceita que o então candidato deles - o presidente Jair Bolsonaro (PL) - perdeu as Eleições para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que assumirá o Palácio do Planalto a partir de 1º de janeiro de 2023. Acreditando em fake news e atacando à imprensa, os manifestantes são regidos pela ignorância e pelo ódio, fingindo esquecer que o próprio presidente, à quem tanto idolatram, deixou-os sozinhos nesta empreitada golpista.
Ontem (7), alguns manifestantes atacaram e agrediram estudantes da Escola Estadual Pedro Amazonas Pedroso. O episódio virou caso de Polícia e, segundo as vítimas, dois dos agressores golpistas já foram identificados. A atuação selvagem foi registrada por câmeras de telefone celular e os vídeos repercutiram na internet.
Duas estudantes registraram Boletim de Ocorrência Policial na Delegacia Virtual. O documentou tramitou para a Seccional da Marambaia. Uma outra aluna, do convênio, que foi empurrada e agredida verbalmente não registrou queixa na delegacia porque os pais temem que haja algum tipo de perseguição à jovem.
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A aluna, que terá o nome preservado, concedeu entrevista para o DOL e disse estar com medo de ir e sair do colégio e ser agredida pelos golpistas. "Eles filmaram a gente, os nossos rostos. Estes vídeos provavelmente eles não vão compartilhar porque sabem que filmaram adolescentes em uma situação de risco, já que eles ameaçavam e xingavam a gente", relatou a estudante.
"Eu mesmo fui chamada de vagabunda, saliente e outras coisas horríveis que é melhor nem repetir", comentou sobre o que ouviu dos bolsonaristas enquanto estava na parada de ônibus - inclusive, ela foi ameaçada até por uma mulher. "Hoje teve aluno cujo pai foi levar e buscar porque temem agressões. A manifestação deles é bem próximo da Escola", frisou a jovem.
Um dos bolsonaristas cuspiu num dos estudantes, denunciou a vítima do ataque.
Como tudo começou
A covardia contra os estudantes do colégio Pedroso, segundo a aluna do Convênio, começou quando um dos alunos pregou um adesivo do presidente eleito, Lula, na passarela. Os bolsonaristas golpistas entenderam que os jovens estavam provocando eles ao fazer a adesivagem.
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"Eles correram pela [Avenida] Almirante Barroso, cortando carros e pulando a grade do canteiro central, para 'pegar' o meu amigo. Eles queriam filmá-lo retirando o adesivo da passarela e pedindo desculpas por isto", relatou.
A jovem, que estava na parada de ônibus, ao lado do estudante acabou sendo cercada e foi empurrada para cima da passarela e obrigada a retirar o adesivo junto com outro estudante.
"Três outros alunos viram a gente ser ameaçados e intimidados e foram dar apoio e o vídeo deles discutindo também viralizou", contou a vítima dos bolsonaristas golpistas. "Eles queriam gravar a gente sendo humilhados por eles e retirando o adesivo", encerrou.
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Em nota, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) "lamentou profundamente" o que aconteceu com os estudantes da Escola Pedro Amazonas Pedroso e reiterou que repudia qualquer forma de agressão.
A Polícia Civil reforçou que um inquérito foi aberto. As investigações, neste momento, estão numa etapa de análise das imagens que circularam nas redes sociais e, segundo a nota encaminhada, testemunhas estão sendo ouvidas.
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