A cada ida ao mercado, o consumidor sente no bolso a elevação dos preços dos alimentos. Uma pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) apontou que a cesta básica comercializada no primeiro semestre deste ano na região Norte foi a segunda mais cara do país, com o preço médio de R$ 833,64. É importante compreender que diversos fatores do cenário econômico influenciam na formação do preço final dos produtos.
Ainda de acordo com a Abras, os produtos com maior variação durante os seis primeiros meses de 2022 foram a batata (55,81%), a cebola (48,13%), o leite (41,77%) e o feijão (40,97%). Em junho, os itens que apresentaram maior elevação foram o leite (10,72%), feijão (9,74%) e a farinha de trigo (3%), em comparação com os preços praticados em maio.
”Um dos fatores foi o preço do combustível. Infelizmente, aqui, a maioria dos produtos nós importamos e é via rodoviária. Além disso, a guerra na Ucrânia afetou diretamente os produtos derivados do trigo. Não é só o pão. São várias coisas feitas com trigo. O leite também teve um aumento muito grande, principalmente pela falta de chuvas em algumas regiões produtoras de leite. E em função do gado confinado, que precisa de ração. Essa ração é derivada de produtos que tiveram aumento. Tudo isso gerou os aumentos dos produtos nesse primeiro semestre”, declarou Jorge Portugal, presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas).
Com o intuito de dar alternativas para que o consumidor pudesse economizar na hora das compras, os supermercadistas adotaram estratégias durante o primeiro semestre para manter as vendas. Segundo Jorge Portugal, dentre elas estavam a disponibilização de produtos similares, de preço inferior aos produtos de marca. Além de apostarem em promoções para atrair a clientela.
MUDANÇA
Os constantes aumentos nos preços dos produtos fizeram com que a dona de casa Márcia Reis, 46 anos, que reside no bairro da Cremação, em Belém, passasse a substituir produtos de marca por outros similares com preços menores. A ideia é testar e manter na lista, caso seja de boa qualidade.
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“Tem que equilibrar os valores. Na minha casa, antigamente, eu comprava as marcas mais conhecidas. Agora compro as mais inferiores por causa do preço. Inclusive, troquei a marca (de água sanitária) por essa outra e vou experimentar, porque o valor é menor e se for boa vou comprar só ela. Venho com R$ 20,00 e faço o possível para levar de 3 a 4 itens que estejam faltando. Ando com lista quando venho fazer compras maiores, porque tem que ir somando para ver se o dinheiro vai dar. Em casa moram eu, meu esposo, um filho e um neto. A gente gasta muito mais que R$ 500 por mês com alimentação”, afirmou.
SERVIÇO
DICAS PARA ECONOMIZAR NAS COMPRAS
- Para não haver desperdícios é importante elaborar a lista de compras identificando em casa o que precisa comprar. Muitas vezes a pessoa vai sem a lista, não se lembra e acaba comprando a mais e muitos produtos são perecíveis, tem validade.
- Faça pesquisa de preços pela internet, aplicativos, converse com os amigos, donas de casa para saber em quais locais os produtos estão mais em conta.
- Aproveite os dias em que os supermercados fazem promoções de determinados produtos, como o dia da carne, da feira, das frutas e etc.
- Opte por comprar frutas da época. Muitas vezes, as frutas fora da safra ficam mais caras.
- Vá à feira na hora da chepa. O consumidor pode aproveitar esse horário em que os preços começam a cair para fazer compras.
- Não vá ao mercado sentindo fome, porque você acaba psicologicamente enchendo o carrinho com mais comida.
- Faça as compras com calma. Pesquise as opções e os preços para escolher os produtos que caibam no seu bolso.
- As famílias às vezes se unem para comprar determinados produtos em quantidade maior, em mercados atacadistas, e depois dividem o custo e os itens entre si. Pode ser uma boa saída para economizar.
FONTE: Economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia PA/AM, Nélio Bordalo
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