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PERSPECTIVA

Sine deve ofertar 7,5 mil vagas de empregos em 2023

O Sine deve encaminhar mais de 7,5 mil trabalhadores ao mercado de trabalho no ano que vem, um número 10% maior que 2022. Previsão é de boas notícias também em todo o Estado

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Imagem ilustrativa da notícia Sine deve ofertar 7,5 mil vagas de empregos em 2023 camera O Sine possui convênios para encaminhar quem busca emprego ao mercado de trabalho | Pedro Guerreiro / Agência Pará

O Sistema Nacional de Emprego (SINE) colocou no mercado de trabalho, de janeiro até o último dia 16 de novembro, 6.859 trabalhadores, sendo 5.587 homens e 1.272 mulheres. A previsão para 2023 é que o sistema empregue em torno de 7.500 trabalhadores, ou 10% a mais que este ano. O município que mais empregou em 2022 no Pará foi Canãa dos Carajás, com 1.867 trabalhadores, seguido de Paragominas, que empregou 896 trabalhadores.

A Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster) firmou um Convênio Plurianual com o SINE para o desenvolvimento desse sistema no Estado. “Esperamos que em 2023 a geração de empregos seja bem maior, já que passaremos a contar com várias políticas federais que vão incentivar essa área”, destaca Inocêncio Gasparim, titular da Seaster.

A secretaria, juntamente com a rede SINE, assinou termo de cooperação técnica com 15 novos municípios e mais 12 formalizações estão em andamento. “A ideia é que no ano que vem fechemos termos com todos os municípios paraenses que mais tenham dinâmica na empregabilidade”, diz o secretário. Cerca de 50 mil pessoas também foram atendidas na área do seguro-desemprego.

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Gasparim ressalta que a empregabilidade nos 4 primeiros anos da gestão de Helder Barbalho avançou significativamente: até o momento a secretaria registra 3,8 milhões de pessoas ocupadas, contra 3,5 milhões no mesmo período do ano passado, um incremento na ordem de 22%. “Desse total 2,2 milhões estão com carteira assinada e perto de 1,2 milhões no mercado informal. É importante ressaltar que nos últimos 4 anos as políticas de trabalho emprego e renda no Pará não receberam um único centavo do governo federal. Todos os recursos foram do tesouro estadual. Agora com a assunção de Lula napresidência esse cenário pode mudar”, acredita o secretário.

RECURSOS

Apenas com recursos próprios, a gestão de Helder Barbalho investiu mais de R$ 50 milhões em qualificação profissional, abrangendo 20 mil jovens e outros 10 mil serão atingidos até o início de 2023. “Teremos mais recursos do governo federal, que a partir do ano que vem recriará o Ministério do Trabalho e investirá muito mais recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador-FAT em qualificação e mão de obra, ampliando a geração e emprego. Com isso vamos crescer ainda mais o que crescemos este ano”, acredita.

Desempregados dizem manter a esperança

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados esta semana, mostram que 3 em cada 10 desempregados buscam trabalho há mais de dois anos no País.

Enquanto os números totais de geração de emprego no Pará não são fechados, milhares de trabalhadores continuam na luta por um lugar ao sol, tentando se recolocar no mercado formal.

Simeire Soares da Silva, 56, atuou como assistente administrativa por 18 anos na Secretaria Municipal de Saúde (Sesma).
📷 Simeire Soares da Silva, 56, atuou como assistente administrativa por 18 anos na Secretaria Municipal de Saúde (Sesma). |Pedro Guerreiro / Agência Pará

Simeire Soares da Silva, 56, atuou como assistente administrativa por 18 anos na Secretaria Municipal de Saúde (Sesma). Como era temporária acabou sendo desligada, ficando desempregada por cerca de 4 anos. “Em seguida consegui um emprego em 2020 como camareira num hospital, onde fiquei até agosto deste ano, quando fui desligada”, conta

Para ela o maior empecilho para arrumar um novo emprego é a idade. “Estou correndo atrás, apelando aos amigos e espalhando currículos, mas sei que para uma mulher com quase 60 anos as oportunidades reduzem muito, mas estou viva e com muita saúde e não desisto!”, diz Simeire, que tem 2 filhos adultos e hoje vive apenas com o salário do esposo, que ganha por volta de R$ 1,5 mil.

Roberto de Araújo Margalho, 31, é formado em Administração, mas hoje sobrevive como motorista de aplicativo.
📷 Roberto de Araújo Margalho, 31, é formado em Administração, mas hoje sobrevive como motorista de aplicativo. |Pedro Guerreiro / Agência Pará

Roberto de Araújo Margalho, 31, é formado em Administração, mas hoje sobrevive como motorista de aplicativo. Está desempregado há mais de um ano. “Sou divorciado e quando ainda estava casado abri com a minha ex-esposa uma barraca de venda de hortaliças na Feira da 25 de Setembro onde vendia tucupi, pato e hortaliças. Quando nos separamos, deixei tudo para ela e fiquei sem ter como me sustentar”, relembra.

Para sobreviver foi forçado a mudar de rumo e passou a atuar como motorista de aplicativo. “Mas ainda não desisti... Continuo deixando meu currículo em empresas e cadastrando em sites, mas está bastante difícil arranjar alguma minha área de atuação”, disse o motorista, que fatura, líquido, R$ 1,2 mil mensais e hoje mora com os pais, já que não tem condições de pagar aluguel.

Alessandro Silva, 29, não tem nível superior e nem profissão fixa. Sempre trabalhou como agente de portaria e atualmente tira bicos como operador de som em eventos. Casado e com um filho, ele está há mais de 5 meses desempregado.

“Estava precisando muito da minha indenização e soube que a empresa desligaria umas pessoas. Quando foram me perguntar se eu gostaria de continuar trabalhando ou fosse desligado, pedi para ser demitido, depois de mais de 3 anos de empresa”, conta.

Segundo ele o principal entrave é a qualificação. “Não estou estudando, mas pretendo voltar ou pelo menos me qualificar na área que eu atuo, pois se já está difícil arranjar uma colocação para quem tem qualificação, imagine para quem não tem!”, constata.

Estado é líder na geração de empregos formais na Região Norte este ano

Os números do sistema antecipam boas notícias para o fechamento da geração de empregos formais em 2022: de janeiro a setembro deste ano, o saldo de empregos formais no Estado do Pará já é de 46.564 postos de trabalho. Os números colocam o Estado na liderança da geração de empregos formais em toda a Região Norte. No ranking nacional, o Pará foi o 12ª Estado do país que mais gerou postos com carteira assinada no período, segundo o Dieese-PA.

Éverson Costa, técnico e pesquisador do Dieese-PA, afirma que apesar do Estado estar admitindo muito mais pessoas, os desligamentos também estão num ritmo acelerado. “Essa é uma questão conjuntural e o resultado dessa combinação é que o saldo de empregos nos nove primeiros meses deste ano acaba sendo menor que o mesmo período do ano passado, quando já tínhamos cerca de 60 mil postos de trabalho no ano, conta ou cerca de 46 mil de agora”, explica Costa.

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Ainda assim, o técnico do departamento afirma que o ano de 2022 fechará com saldo positivo de empregos formais se aproximando ou talvez até batendo os números de 2021, quando o Pará bateu recordes em postos de trabalho, com mais de 70 mil gerados.

“Estamos caminhando nesse sentido e ainda precisamos analisar os dados de outubro e novembro que ainda serão contabilizados. Mas as perspectivas são muito animadoras. Além da Copa do Mundo, temos R$ 5 bi que vão circular do 13º salário, além da Black Friday e o Natal, que são os 2 maiores períodos de vendas para o comércio em todo o ano”, contabiliza.

Ele lembra ainda que a retomada econômica do Pará está muito forte, com obras públicas acontecendo e a recuperação de vários segmentos que ajudam a aquecer a economia, como o do Turismo e de Serviços. “A movimentação e circulação de pessoas e valores este ano está bem melhor que no ano passado. Muito possivelmente continuaremos a ser os líderes na geração e empregos formais na região Norte e ficar entre os 15 Estados que mais geraram emprego no Brasil”, acredita o técnico do departamento.

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