Seminário debate racismo religioso e Mapa da Violência

Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) apontam que nos dez primeiros meses deste ano (janeiro a outubro de 2020) foram registrados 697 ocorrências de delitos em igrejas, terreiros, centro espírita, templos e centros religiosos em todo território paraense. As estatísticas infelizmente não indicam se todos estes casos representam (ou geraram) inquéritos por intolerância religiosa.

A nível de Brasil, nos sete primeiros meses deste ano foram 545 casos de intolerância religiosa denunciados ao Disque 100, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Em média, são aproximadamente três denuncias por dia. O quantitativo é 17% maior que registrado entre janeiro a julho de 2021.

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Os terreiros de religiões de matriz africana são os maiores alvos de ataques e depredações motivados pelo racismo religioso. Isto sem falar dos afrorreligiosos que vem sofrendo ameaças, ataques. agressões e até sendo vítimas de assassinatos.

Não é de hoje que se chama a atenção da sociedade para a questão do respeito e do conhecimento sobre as religiões de matriz africana, cuja história se confunde com a história do Brasil. Nesta quinta-feira (24) e sexta-feira (25), a Associação dos Filhos e Amigos do Ilê (Afaia), Instituto Nangetu, Movimento Atitude Afro e outras organizações de defesa ao negro e religiões de matriz africana promovem uma série de atividades alusivas ao Novembro Negro de Zumbi.

Os eventos ocorrerão na sede da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará (OAB/PA) e no Espaço Cultural Arauara, onde também será realizado o Seminário de Enfrentamento ao Racismo Religioso e o lançamento do Mapa da Violência no Pará. Um dos objetivos é o compartilhamento do conhecimento e fomentação do empoderamento das comunidades tradicionais de matriz africana.

Durante os debates serão propostas uma série de ações para o enfrentamento dos problemas enfrentados pela comunidade negra no Pará.

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Na programação está a entrega do prêmio 'Ita Zumbi', que é destinado às personalidades e instituições que se destacam na luta anti racista. A premiação este ano traz o tema Kosi Ewe Kosi Orixá, para marcar a memória sobre a importância da folhas sagradas para a manutenção do axé, afirmação dos povos na valorização da natureza, fonte da nossa existência.

O dia 20 de novembro é uma data significativa e forte para a população negra. O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra foi instituído oficialmente pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. A data faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares – situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na Região Nordeste do Brasil. Zumbi foi morto em 1695 por bandeirantes.

A data comemorativa também é um dia de reflexão sobre a luta contra a opressão, o racismo e a violência que sofrem as populações negras e tudo que representa o seu patrimônio cultural até os dias de hoje.

Serviço:

Seminário de Enfrentamento ao Racismo Religioso e Lançamento do Mapa da Violência no Pará

Data: 24 de Novembro de 2022

Local: Sede da OAB - PA ( Praça Barão do Rio Branco, 93 - Campina)

Hora: 09 às 12h

XIX Prêmio ITA ZUMBI 2022 - KOSI EWE KOSI ORIXÁ

Data: 25 de Novembro de 2022

Local: Espaço Cultural Arauara ( Conj. Maguari Ns 24, 86 - Coqueiro)

Hora: A partir das 20h

Atrações: Shows das bandas Ita Lemi Sinavuru, Marisa Black, Nação Ogan, Os falsos do Carimbó, e performances de Emanuel Black, Nvula, Rosilene Cordeiro, Negra Isa e Lo Ojuara.