Os consumidores têm até hoje para negociar as dívidas em atraso diretamente com as instituições financeiras. Através do Mutirão Nacional de Negociação de Dívidas e Orientação Financeira, a população pode aproveitar as condições especiais concedidas pelas empresas participantes. Alguns bancos oferecem parcelamento, descontos no valor da dívida ou taxa de juros reduzidas para o financiamento, de acordo com cada política de crédito, com intuito de auxiliar os consumidores a equilibrar o próprio orçamento e organizar as finanças. Vale ressaltar que os trabalhadores também têm até esta quarta-feira para receber a primeira parcela do 13º salário.
Em agosto, o Brasil registrou 67,98 milhões de pessoas inadimplentes, segundo o Mapa de Inadimplência do Serasa. Do total, quase 29% possuem dívidas no cartão de crédito, cheque especial, empréstimo ou financiamento bancário, enquanto o restante está endividado com contas de serviços mensais básicos, como água, luz e gás, além de prestações de lojas. Entre 2021 e 2022, foram mais de 22 milhões de contratos em atraso acordados, o que excede R$1,1 trilhão de saldo negociado. No último Mutirão de Negociação, no mês de março, foram 1,7 milhão de dívidas renegociadas.
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Durante a ação, podem ser negociadas dividas no cartão de crédito, cheque especial, crédito consignado e outras modalidades de crédito em atraso adquirida em bancos e demais instituições financeiras e não tenham bens dados como garantia para quitação da dívida. Para negociar, os endividados podem recorrer ao portal consumidor.gov.br, plataforma que conecta os consumidores diretamente com as empresas com objetivo de solucionar os conflitos. Além disso, a página do Mutirão é uma outra alternativa de negociação.
NEGOCIAÇÕES
De acordo com a educadora financeira Ana Ferrari, a ação é uma boa oportunidade para negociar as dívidas em atraso, já que são feitas com juros baixos, o que reduz o valor a ser pago. Porém, antes de iniciar o processo junto das instituições financeiros é preciso se planejar. Isso porque com planejamento feito é possível visualizar em quantas vezes pode ser feito o parcelamento para evitar uma nova falta de pagamento. O valor do décimo terceiro salário pode ser o aliado para iniciar a quitação dos endividamentos.
“É preciso saber quais dívidas tem juros CET [Custo Efetivo Total]. Lembrando que o cartão de crédito e cheque especial são os maiores em juros. Faça uma lista com tudo, valor, prazos, juros CET. Após isso, será mais claro o seu atual cenário financeiro. Indico usar o décimo terceiro após essa análise. Se seu cenário for de endividamento e o valor do décimo terceiro possibilite pagar tudo, ou seja, quitar, então use. Se estiver equilibrado, usa 50% para o pagamento das dívidas. O ideal seria investir 25% e usar 25% para compras de final de ano. Agora se está no estado de investir, invista 50% e os outros 50% usa para compras natalinas” orientou.
Para a vice-presidente Regional da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), o valor do desconto é um ponto decisivo na hora da negociação. Caso o pagamento seja à vista, é interessante negociar o pagamento sem acréscimo de juros. A regularização da situação deve ser feita em, no máximo, 48 horas, mas dê preferência a ser imediata após a compensação. “Priorize dívidas com juros CET e dívidas necessárias ou básicas para sobrevivência, tais como moradia, água, luz e parcelas do imóvel. Alguns bancos oferecem parcelamento, outros oferecem descontos no valor da dívida ou taxas de juros reduzidas para refinanciamento, conforme sua política de crédito”, finalizou a economista.
SERVIÇO
CAMPANHA NACIONAL
- É possível negociar até hoje nos sites meubolsoemdia.com.
br/Materias/mutirao-da-nego
ciacao e consumidor.gov.br.
- Quais dívidas podem ser negociadas?
Cartão de crédito, cheque especial, crédito consignado, demais modalidades de crédito contraídas de instituições financeiras que estejam em atraso e não possuam bens dados em garantia de quitação.
DICAS
- Liste tudo que deve em cartões de crédito, empréstimo, financiamento, cheque especial, carnês e boletos.
- Faça uma tabela com o seu orçamento mensal. Ou seja, tudo o que entra e sai da sua conta bancária todo mês.
- Liste cortes que podem ser feitos no seu orçamento com a ajuda da família toda.
- Estabeleça quanto pode pagar e considere imprevistos.
- Defina a estratégia de pagamento das dívidas.
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