No mercado do Ver-o-Peso, a maioria dos feirantes está satisfeita com as vendas de insumos que fazem parte de pratos regionais, como é o caso do pato no tucupi e da maniçoba. Mesmo que as iguarias passem longe da mesa dos paraenses na tradicional Ceia de Natal, as vendas já alcançaram 20% a mais, se comparado ao mesmo período do ano passado.
Embora o percentual esteja definido por esses profissionais, alguns acreditam que pode crescer ainda mais, já que ainda faltam alguns dias para o fim do mês. Há 20 anos trabalhando no Veropa, como é popularmente conhecido o espaço, Denilson Marques, 30, conta que em apenas dois dias foram vendidas cerca de 100 garrafas de tucupi, sumo extraído da raiz da mandioca ralada e espremida.
Para dar conta do restante da semana, o feirante encomendou mais tucupi. “Imagina se fizesse parte da Ceia de Natal? Estaríamos bem na foto”, brinca Denilson. “Não podemos ficar sem, pois a clientela pede, cobra e quer comprar. Portanto, já estamos produzindo mais 200 garrafas para que consigamos atender a demanda pelo menos até sexta-feira”, afirmava.
Adenilson Trindade, 48, vende a maniva cozida na parte superior do Ver-o-Peso, um dos pontos mais visitados por quem pretende adquirir quilos da folha. Pela parte da tarde, segundo o feirante, o movimento é mais tranquilo, sendo que em algumas horas chega a ficar sem nenhum freguês. “De manhã é uma loucura, tanto que nos preparamos sempre na espera das maiores vendas nesse período”, diz.
“Sim, as vendas estão bem melhores do que no ano passado, mas poderiam ser ainda mais positivas se não tivesse a Copa do Mundo para atrapalhar. Nos dias de jogos, o movimento era quase morto, ou seja, deixamos de vender. Apesar de não ser um alimento tradicional nesse período, estimo que até o final do mês recebamos 10% a mais de vendas”.
PATOS EM BAIXA
Por outro lado, quem sai perdendo são os produtores de patos vivos, que veem as vendas diminuírem com a chegada de dezembro. De acordo com Anderson Queiroz, 27, os frangos passam a ser preferência dos paraenses, principalmente pelo preço mais acessível. Em comparação, o pato custa entre R$ 70 a R$ 100 cada, sendo que o frango não passa da média dos R$ 15 reais o quilo.
Anderson explicou como faz para não sair no prejuízo. “O fato de que realizo venda de outros tipos de animais acaba amenizando as perdas de uma ave em específico, como é o caso do pato. Por ter uma demanda reduzida, até os grandes produtores diminuem a distribuição, ou seja, cabendo apenas ao frango sustentar o negócio”, conclui.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar