O início de um novo ano é, geralmente, um momento de recomeço, com muita gente estabelecendo novas metas e objetivos, especialmente no quesito finanças. Mas é preciso ficar atento às contas que começam a vir desde agora, como o IPVA e o IPTU.
A educadora financeira Debora Gomes afirma que o sucesso dessa empreitada começa na organização, na criação de um planejamento. Ela afirma que é importante, antes de tudo, ter coerência entre a meta e a própria realidade. “O que quero dizer com isso é que se você deseja, por exemplo, poupar R$ 1 mil, mas ganha R$ 5 mil e gasta R$ 4,5 mil, como irá conseguir cumprir a meta estabelecida? A conta não fecha!”, justifica.
É nessa lógica que ela ressalta a importância da congruência entre meta/objetivo com o planejamento, um ponto que vai ajudar na realização do sonho, pois se ao traçar a meta, tiver clareza da situação financeira, irá desenhar um planejamento mais equilibrado e factível, inclusive vislumbrando a possibilidade de fazer renda extra.
Nosso padrão de gastos tem que caber dentro da nossa renda, e, caso a renda atual não nos permita levar o estilo de vida adotado, a decisão para equacionar o problema passa em aumentar receita através de renda extra, ou reduzir gastos eliminando/reduzindo aquilo que possa estar incongruente com sua condição financeira”
Debora Gomes, educadora financeira
IMPOSTOS
Sobre o pagamento de taxas obrigatórias anuais, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), Debora acredita que deve ser feita uma avaliação sobre a melhor forma de pagamento para cada situação: se à vista ou em parcelamento. “Depende de algumas variáveis, do tipo: há algum percentual de desconto? O parcelamento tem juros? O meu dinheiro está aplicado em ativos que estejam remunerando acima do desconto? Faça as contas e analise caso a caso”, indica.
Ela orienta ainda que o empréstimo para pagar uma dívida só vale a pena se o percentual de desconto for efetivamente superior ao percentual de juros do empréstimo - algo que a educadora financeira avalia como raro de acontecer.
O temido momento da compra do material escolar chegou e em momento de inflação alta, os pais estão ávidos por economizar. “Com o mundo globalizado e a expansão dos negócios virtuais, percebo que se abriu uma oportunidade para ampliar a pesquisa de preços e assim conseguir fazer uma melhor aquisição. Outra possibilidade é reunir um grupo de pais e barganhar descontos, pois uma compra coletiva tem mais chances de melhores preços”, sugere.
Sempre vale a pena pedir descontos para as compras à vista. “Busque sempre falar com o gerente e exponha sua intenção de pagar em dinheiro. Uma coisa é você puxar o cartão, outra é puxar um bolo de dinheiro!”, compara.
O supervisor de TI Edmar Silva precisou passar por um perrengue financeiro para aprender sobre a importância de se planejar. Ele começou esse processo no segundo semestre de 2018, depois de justamente por falta de planejamento e educação financeira passou por um momento muito difícil.
“Foi então que comecei a pesquisar sobre o assunto, com o livro ‘Pai Rico Pai Pobre’, do Robert Kiyosaki, dado por um amigo, foi um divisor de águas. Depois ele indicou um curso de educação financeira. A partir dali aprendi que sem planejamento e educação financeira viveria sempre no cheque especial e nos consignados, afundado em dívidas”, relata.
Para toda essa organização a planilha eletrônica é a grande aliada, para controle não apenas dos gastos, mas dos ganhos e investimentos, que Edmar passou a fazer depois que se educou financeiramente.
“Diria que planejamento é imprescindível para todas as pessoas, pois somente com organização e educação financeira podemos traçar estratégias não apenas para viver com tranquilidade mas também alcançar a tão sonhada independência financeira e proporcionar um futuro melhor aos nossos filhos”, defende.
Endividamento não é impeditivo para começar a se planejar
Quem entrou o ano devendo tem como e deve se planejar, segundo Debora. “Essa situação de endividamento merece atenção especial. Caso se tenha entrado o ano de 2023 no vermelho, recomendo em primeiro plano rever o padrão de gastos. Pode ser que se esteja vivendo um estilo de vida que não cabe no orçamento e isso pode ser o problema raiz do endividamento, então, temos que identificar e atacar a causa, pois o endividamento é a consequência”, explica.
Mais uma vez, a clareza sobre a própria vida financeira é fundamental, é preciso ter uma fotografia ampliada da situação, e assim, com muita disciplina e ferramentas adequadas buscar as soluções, que via de regra, envolve a mudança de hábitos e de comportamentos.
“Nosso padrão de gastos tem que caber dentro da nossa renda, e, caso a renda atual não nos permita levar o estilo de vida adotado, a decisão para equacionar o problema passa em aumentar receita através de renda extra, ou reduzir gastos eliminando/reduzindo aquilo que possa estar incongruente com sua condição financeira”, complementa.
“Costumo dizer que dinheiro é emocional, então é possível que a solução do problema não passe necessariamente por dinheiro, mas sim pelos fatores/gatilhos que estão contribuindo para o desequilíbrio das contas”, analisa.
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