As ruas estreitas de Vigia de Nazaré, município distante menos de 100 quilômetros de Belém, ficaram pequenas com o tamanho da alegria de milhares de foliões para o retorno do Carnaval, já que a festa ficou suspensa por dois anos por causa da pandemia. Durante a tarde de ontem, a concentração dos foliões era para os tradicionais blocos “As Virgienses” e “Cabraçurdos”.
Uma das características do bloco das Virgienses são os adereços femininos que passam a vestir os homens, desde as roupas à maquiagem. Já no caso dos Cabraçurdos, as mulheres usam modelitos que são mais comuns nos homens, com destaque para as barbas pintadas e até os trejeitos.
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Logo no início da via que dava acesso aos dois blocos a mensagem era clara em um arco montado pela Prefeitura de Vigia: “a alegria de volta às ruas”. Foi desta forma que o dentista José Bentes, 40, saiu do bairro da Sacramenta, em Belém, e usou toda a criatividade, junto com os amigos, para pular este que está sendo considerado um dos melhores carnavais do município pelos foliões.
“Está sendo o melhor pois Deus nos deu a oportunidade de estarmos aqui, retornando para as lindas ruas de Vigia para brincar e nos divertir, claro, com saúde. Como este está sendo o primeiro depois de dois anos, não poderíamos deixar de lado toda a nossa criatividade em escolher a melhor fantasia e é desta forma que vamos seguindo o cortejo”, explicou Bentes.
O Carnaval de Vigia transcende qualquer idade, ou seja, é uma festa que reúne jovens, adultos e também idosos. Chistopher Lanhella, 23, por exemplo, nem esperou a filha completar dois anos para levá-la na brincadeira. “Ela gosta de dançar, então pensei: ‘Por que não fantasiá-la de Poderoso Chefinha?’ E é desta forma que ela está fazendo sucesso”, afirmou o técnico refrigerista.
A passagem dos blocos começou por volta das 16h. Nas ruas, vários foliões vestiram fantasias combinadas em grupo, usando a criatividade para se destacar na multidão, como é o caso das “Larga e Estica”. “Temos uma tradição de todos os anos fazer uma fantasia diferenciada. O nosso objetivo é fazer com que o Carnaval seja sempre vivo e não morra aqui”, revelou o farmacêutico Alex Marcone, 45.
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Por volta das 20h30, saiu um outro bloco, a “Gaiola das Loucas”. “Hoje eu vim de enfermeira pois para estar aqui só se a saúde estiver em dia, pois não dá para brincar com pandemia. Já consultei várias pessoas e eu já posso adiantar um diagnóstico: metade está com a saúde excelente e a outra só Deus”, brincou o mototaxista Édson Ferreira, 44.
E foi desta forma que todos brincaram por quase cinco quarteirões, em um percurso que finalizou no Espaço Cultural, na parte central da cidade, onde houve apresentação de micaretas, marchinhas e bandas durante a noite toda. O casal vigiense Maria Cordeiro e Felipe Alves, 29 e 32, respectivamente, aproveitaram cada minuto da festa.
Segundo os professores, segunda-feira de Carnaval é dia onde não há hora para voltar para casa. “Só pelo fato de eu ser da cidade posso afirmar que passamos por momentos de muita tristeza com a pandemia. Sentimos muito todo esse movimento, sem contar a economia local, que praticamente parou. Então queremos hoje aproveitar cada minuto”, ressaltou Maria Cordeiro.
Quem ficou o tempo inteiro ansiosa foi a aposentada Ana Vilhena Barbosa, 92, que contou que não perde um Carnaval. “Quando os blocos começam a passar aqui na frente de casa o meu coração acelera de uma tal forma que eu não consigo ficar parada, aí eu me mexo mesmo estando sentada. Se eu viver até os meus 100 anos, vou prestigiar este momento”.
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