O Brasil e o Estado do Pará cumpriram à risca com todos os protocolos sanitários estipulados pelas organizações mundiais de saúde animal e detectaram a tempo o caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), mais conhecida como Doença da Vaca Louca, registrada no interior do Pará, garantindo assim a confiabilidade do produto paraense.
“O caso foi detectado da porteira para dentro da propriedade e não houve qualquer risco de o animal sair de lá e chegar na indústria, já que a Adepará, de imediato, isolou o animal, dando a resposta que o mundo quer. Agora é esperar a confirmação do caso atípico da doença para que a normalidade se reestabeleça, com a retomada das exportações”, garantiu Daniel Freire, presidente do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados (Sindicarne) em entrevista coletiva concedida na tarde de ontem sede da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa).
A indústria frigorífica paraense recebeu a notícia com serenidade já que, segundo Daniel, é um caso atípico que não causa nenhum problema para o consumidor e para o rebanho bovino do Estado. “Esse caso confirma a eficiência e a responsabilidade da defesa sanitária do Pará e do Brasil, tendo em vista que toda a suspeita o caso de EEB, seja clássico ou atípico, precisa ser comunicado em razão de um protocolo assinado com a China. E quando esse comunicado ocorre o país precisa se auto embargar, que foi o que ocorreu, como determina o protocolo Organização Internacional de Epizotias ”, detalha.
CONTRAPROVA
O presidente do Sindicarne explicou ainda que o protocolo exige também que seja feita uma contraprova do exame feito no Brasil num laboratório do Canadá, o que também já está sendo feito. Confirmando o caso atípico o Brasil volta a ter o status de zona de risco insignificante para a doença. Ao longo de 20 anos o Estado do Pará já exportou muitos animais, sem nenhum incidente sanitário.
“O Brasil nunca teve um caso de ‘mal da vaca louca’ clássico, que é aquele transmissível aos animais e ao ser humano. Pelo tamanho do Brasil haveria um risco enorme, mas o modo como esse gado é criado torna o País totalmente isento da transmissão. Quando ela ocorreu no Reino Unido, foi exatamente por animais alimentados com ração composta por restos de outros animais, o que no Brasil é proibido”, lembrou Francisco Victer, presidente da Aliança Paraense pela Carne, que congrega indústria, varejo e produtores e que também participou da coletiva.
Expectativa é que tudo volte ao normal em 15 dias
O Pará produz atualmente cerca de 1 milhão de toneladas de carne bovina ano/ano. Desse total, 250 mil toneladas ficam para o consumo interno e outras 100 mil toneladas são exportadas. Do total exportado, 70% é para a China.
“Até que a situação se normalize teremos que nos adequar à nova demanda, reduzindo os abates até equalizar a oferta. Em 2021 durante o último auto embargo que durou 3 meses houve uma redução de 50% dos abates. Esperamos que a situação volte ao normal em até 15 dias. Esse auto embargo é apenas protocolar”, assegura Francisco Victer, presidente da Aliança Paraense pela Carne.
De acordo com Daniel Freire, presidente do Sindicarne, a indústria da carne do Pará espera otimista por um desfecho que provará que o Brasil e o Estado têm controle total da sua produção agropecuária. “Queremos tranquilizar a população em geral que não há nenhum risco de consumir carne. O produto que está circulando no mercado paraense é 100% saudável. O Brasil tem um regulamento de inspeção federal, estadual e municipal de origem animal muito estrito e muito bem aplicado”, destacou.
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