Pacientes do Hospital Ophir Loyola (HOL) com lesões mutilantes ou desfigurantes em áreas expostas do corpo, principalmente na face, causadas por câncer de pele, serão operados no “Mutirão de Cirurgia Plástica - Reconstrução da Cabeça e Pescoço”, promovido pela instituição. A iniciativa beneficiará 180 usuários que aguardam por pequenas cirurgias para sanar danos causados por tumores malignos cutâneos. Desse total, 40 já passaram pelo procedimento que restabelece a função e a forma das áreas afetadas e garante uma melhor qualidade de vida.
Um levantamento realizado pela Superintendência do Instituto de Oncologia identificou uma demanda reprimida à espera da cirurgia de cabeça e pescoço no hospital.
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“Resolvemos elaborar um plano de ação junto com a equipe da cirurgia plástica para dar celeridade à cirurgia reconstrutora destes pacientes. Selecionamos aqueles elegíveis a pequenas cirurgias, as quais não precisam de internação. O projeto iniciou em março e será mantido durante 90 dias até zerar a fila”, elucidou a superintendente, Ana Paula Borges. “A maioria dos pacientes vivem na zona rural e desenvolviam atividades de pesca e agricultura em que ficavam muitas horas expostos ao sol sem a devida proteção. Eles tiveram a vida laboral e social prejudicada por lesões desfigurantes, uns escondem com curativos e chapéus, outros preferem não sair de casa, causando muito sofrimento ao paciente. A nossa pretensão é agilizar esses atendimentos e garantir um retorno social a essas pessoas”, disse a superintendente.
Procedimento tem anestesia local e dura de 30 a 40 minutos
Os procedimentos são feitos com anestesia local na sala de pequenas cirurgias, localizada no ambulatório toda sexta-feira de cada mês. “Em média, a retirada da lesão mais a reconstrução dura cerca de 30 a 40 minutos. Aqueles pacientes em estágio mais avançado ou que apresentam recidivas podem ser submetidos à radioterapia ou quimioterapia. O tratamento depende das características do tumor, como tamanho, tipo e localização”, informou o cirurgião plástico, Luiz Fernando Barros.
“A maioria é formada por idosos do sexo masculino que trabalhavam no campo e desenvolveram lesões de pele na região da face. A faixa etária com maior prevalência é de 60 a 75 anos”, destacou Barros.
Ele explica ainda que a cirurgia remove o tumor junto com uma borda adicional de pele sadia, como margem de segurança, e tratamento tem altos índices de cura. “Somente após a análise da pele retirada, a incisão é fechada e a ferida reconstruída com retalho posicionando o tecido sobre a pele ou utilizando enxerto de pele saudável retirada de outra área do corpo do paciente”, esclareceu o especialista.
Em alguns casos selecionados é feita a cirurgia micrográfica de Mohs, na qual o cirurgião retira o tumor e um fragmento de pele ao redor dele. “Esse método é indicado para tumores mal delimitados ou áreas críticas, como no rosto, a fim de evitar grandes cicatrizes”, acrescentou o médico cirurgião plástico, dr. Igor Nagai.
Após o procedimento, os pacientes recebem acompanhamento clínico com consultas e exames periódicos para diagnosticar possíveis recidivas, conforme a definição do dermatologista.
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