A aprovação de um estado de greve pelos rodoviários da Grande Belém na última semana pegou muitos usuários do transporte público na região metropolitana de surpresa. Temendo uma paralisação total da circulação dos ônibus, muita gente já anda aflita com os desdobramentos da negociação entre trabalhadores e empresários.
E na tarde desta terça-feira (9), ocorre a quinta e última reunião entre ambas as partes, que pode ser decisiva para a deflagração da greve.
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Por volta das 15h30, representantes do Sindicato dos Rodoviários de Belém (Sintrebel) e do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) iniciaram uma nova reunião, desta vez intermediada pela Justiça do Trabalho, na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT-8), no bairro do Umarizal.
O encontro irá definir os próximos passos quanto ao atendimento das reivindicações dos rodoviários, que cobram, entre outras demandas, reajuste salarial e de ticket alimentação, além da manutenção de empregos de cobradores e do Centro de Formação.
Logo após a reunião com a patronal, serão feitas duas assembleias: uma em frente à sede do TRT-8, na Praça Brasil, que será composta por sindicalistas e rodoviários de Ananindeua e Marituba; e outra no Centro de Formação, localizado na travessa Vileta, onde os representantes dos trabalhadores do transporte de Belém vão ouvir as propostas apresentadas e definirão se haverá a paralisação.
Caso a categoria decida pela paralisação, a greve pode começar ainda a partir de meia-noite desta quarta-feira (10).
NEGOCIAÇÃO
Além dos representantes do Sindicato dos Rodoviários e do presidente do Setransbel, Paulo Gomes, participam da reunião a procuradora do Estado, Caroline Profeti; dois procuradores do município de Belém, Evandro Costa e Eduardo Brito; a desembargadora do TRT-8, Ida Selene Braga; e Roberto Sena, do DIEESE Pará. A negociação é conduzida pelo presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, desembargador Marcus Maia.
A procuradora Caroline Profeti destacou que está em fase de estudos uma possível desoneração de impostos ao setor de transporte, como forma de subsidiar a prestação do serviço. Os dois procuradores de Belém também endossaram a fala e disseram que o município estuda a ampliação do auxílio financeiro às empresas.
Roberto Sena, do DIEESE Pará, afirmou que os subsídios ao transporte público são essenciais para a melhoria da prestação do serviço, tomando como exemplo outras cidades onde há o repasse ao setor.
IMPASSES
Sem previsões concretas de subsídios ao setor e de aumento da tarifa do transporte público por parte da Prefeitura de Belém, os empresários apresentaram uma proposta de 0% de reajuste aos rodoviários, que, por sua vez, exigem 10%.
A desembargadora Ida Selene defendeu que os empresários não devem condicionar reajustes aos rodoviários com base em compromissos da prefeitura aumentar a tarifa, logo colocou uma proposta de 4,5% de reajuste aos trabalhadores do transporte.
O representante do DIEESE-PA entende que a proposta da patronal, de não propor nenhum reajuste aos rodoviários, trava a negociação para que uma greve não venha a ocorrer na Grande Belém.
Por esta razão, o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Loris Rocha Júnior, e o presidente do TRT-8 sugeriram a suspensão da negociação para que os empresários possam discutir entre si uma proposta mais efetiva.
No entanto, os representantes do Sindicato dos Rodoviários destacaram que já houve diversas rodadas de negociação entre as partes e, por esta razão, não vê a possibilidade de suspensão para além desta terça-feira.
O DOL segue acompanhando a reunião. Matéria em atualização.
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