Período das férias de julho é o momento onde muita gente aproveita para “desligar” do dia a dia e aproveitar o descanso merecido. Especialista diz que isso é importante para manter a saúde física e mental
Desacelerar é preciso e, para muitas pessoas, a chegada do verão amazônico junto com as férias de julho é uma oportunidade de pisar no freio da rotina corrida e reservar um tempo para cuidar de si, realizar atividades que lhe dão prazer ou simplesmente não fazer nada, caso isso as ajude a alcançar o bem-estar.
A psicóloga Márcia Yamada explica que o conceito de bem-estar está ligado à qualidade de vida. A Organização Mundial da Saúde (OMS) o relaciona ao conceito de saúde, que não se associa apenas à ausência de doenças, mas a um estado completo de satisfação no qual a pessoa se sente bem física, social e mentalmente. “O ideal seria que reservássemos um tempo para avaliar o bem-estar de maneira subjetiva, individual, mas a grande maioria das pessoas, pela rotina do dia a dia, não olha para si mesmo”, pontua.
Ou seja, o cotidiano acelerado, o excesso de obrigações e poucos momentos de lazer fazem com que as pessoas não conheçam as condições que contribuam para o seu próprio bem-estar. Dessa forma, neste período de descanso, é importante priorizar o autoconhecimento e relaxar do seu jeito, ressalta a psicóloga. “Buscar dialogar consigo ou o autoconhecimento é uma boa saída para que entendamos do que estamos precisando para o equilíbrio entre mente e corpo ou então, automaticamente buscamos as mesmas saídas que nem sempre são as que precisamos, às vezes com exageros no consumo de álcool ou hábitos alimentares para encontrar o equilíbrio” destaca.
DESCONECTAR
Ana Carolina Ferreira, de 25 anos, é filha da professora Andreia Ferreira, 49, que por sua vez é tia da trancista Kaynã Tamires, de 24 anos. As três possuem formas diferentes de se divertir, mas que se cruzam num ponto em comum: o município litorâneo de Maracanã, nordeste do Estado. “Estamos planejando ir na terceira semana de julho por lá, nossa família é toda de lá. Não tem tumulto, não tem muvuca, só tranquilidade. É uma das formas que a gente encontra de relaxar, dar uma pausa na rotina corrida, já que é um lugar muito tranquilo, onde nem área de cobertura da operadora tem, então a gente desconecta mesmo!”, ressalta a professora.
Mas até chegar o dia da viagem e do esperado repouso, todas elas sabem bem o que fazer para esfriar a cabeça e dar uma relaxada. “Tomar uma água de coco, como agora, é uma forma de relaxar para mim também. Assim como assistir a um filme sem pressa, deitar numa rede… coisas que a gente não consegue fazer com tanta frequência por conta do dia a dia”, completa Andreia.
A também professora Ana Carolina, comenta que para desacelerar a rotina e se sentir melhor costuma dormir, ler e passear pela cidade que fica mais tranquila nas férias escolares. “Já iniciei uma leitura essa semana por prazer, por exemplo, já que na maioria das vezes a gente consome informações por conta do ofício. Outra coisa que costumo fazer também é andar de bicicleta, estou voltando, na verdade. Um dia desses fui pedalando de Águas Brancas até a orla de Benfica”, conta.
Já Kaynã Tamires, diz que seu segredo de bem-estar está mesmo nas praias. “Eu gosto muito de viajar, e viajar para o litoral é melhor ainda. Então estar na praia, em contato com a água, sentindo o ventinho na cara, comendo uma batata frita, é o que me faz sentir bem”.
NATUREZA
Se “desligar” da rotina de fato é preciso, e esse momento é uma ótima oportunidade de cultivar memórias que afetem positivamente a vida das pessoas envolvidas, como afirma Márcia Yamada. “Se proporcionar momentos mais leves, prazerosos, de descanso, são imprescindíveis para recarregar a bateria e enfrentar novos dias. E as memórias especiais estão ligadas a qualidade do momento que experienciamos, independente de estarmos em um grupo, seja ele grande ou pequeno de pessoas, com amigos, em família ou até mesmo sozinhos”, comenta.
O técnico de refrigeração Cleidson Augusto, de 35 anos, explica que não tem muito segredo, apenas um bom igarapé. “Estar em contato com a natureza, árvores, rio, é o que me faz relaxar e eu adoro conhecer igarapés diferentes. Aqui na Região Metropolitana de Belém temos muitos, nosso Estado é muito rico, nem precisa ir muito longe, não”, lembra.
Mas nada disso vale a pena se não for ao lado da família, ressalta. “A companhia da minha esposa e filha fazem toda a diferença, é um elemento muito importante, já que conversamos, rimos e construímos bons momentos para todos”.
O doutorando do Museu Paraense Emílio Goeldi, Francisco Oliveira, 27, também é do time que precisa do contato com a natureza para desestressar e recarregar a bateria. Natural do Maranhão, ele comenta que a conexão com a natureza é uma forma de “detox” do caos urbano da cidade. “Eu geralmente gosto de conhecer cachoeiras e costumo viajar para o interior do Maranhão. Na cidade de Carolina, por exemplo, costumo visitar o Parque Nacional da Chapada das Mesas, é onde me conecto e relaxo”, destaca.
A psicóloga Márcia Yamada também ressalta que o verão pode ser um bom momento para começar a permitir-se experienciar vivências de qualidade que possam proporcionar prazer, “fazendo os dias mais leves e menos cansativos”, disse.
A professora de educação física, Yanca Diluna, 26, encontrou na dança uma forma de contornar a ansiedade. “Dançar é uma forma de me distrair e trabalhar a ansiedade, e a dança sempre esteve presente na minha vida, desde a infância, até na igreja. E eu danço todos os estilos, mas gosto mesmo da dança de salão! Eu sinto que a prática me traz um conjunto de benefícios, me sinto muito bem mesmo, tenho que praticar no mínimo três vezes por semana”, ressalta Diluna.
Para quem infelizmente não está de férias, Yamada dá algumas dicas para tornar os dias menos cansativos e mais leves. “Seria importante a mudança de alguns hábitos como: banhos frios e mais frequentes; ambientes mais ventilados se possível ao ar livre; o uso de roupas mais leves, maior hidratação; alimentação de mais fácil digestão como frutas, saladas, peixes e, claro protetor solar sempre”, finaliza a psicóloga.
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